segunda-feira, maio 23, 2011

Morre ex-editor-chefe do Cruzeiro

Retirado do site do Cruzeiro do Sul online
O jornalista Ulysses Alves de Souza morreu no domingo (22) de manhã, aos 78 anos, pois sofria de Mal de Parkinson. O seu corpo foi enterrado ontem à tarde, em São Paulo, onde residia. Ele deixa sua esposa Edileuza Soares, de 50 anos, com quem era casado há 21 anos, e seus quatro filhos, sendo dois com Edileuza e outros dois do primeiro casamento.

Nascido na cidade de Quatá, região de Bauru, Ulysses foi editor-chefe do jornal Cruzeiro do Sul por 3 anos, entre 1994 a 1997. Além de ter trabalhado em Sorocaba, o jornalista já possuía uma grande carreira construída em jornais e revistas de bastante renome em São Paulo.

Segundo Edileuza, ele Ulysses já lutava contra a doença há 12 anos, sendo que no último ano seu quadro começou a sofrer complicações. Apesar de já ter passado por cinco cirurgias, o jornalista estava recebendo tratamento médico em sua casa, em São Paulo, quando veio a falecer. Considerado por sua esposa como um "jornalista autodidata e brilhante", Ulysses deixou um projeto inacabado de um livro sobre sua história no jornalismo, que escrevia juntamente com Edileuza. "Ele é considerado um dos melhores jornalistas da categoria impressa por seus colegas, pois muitos deles foram treinados por ele", afirma a esposa, que também é jornalista.

Ele começou no Jornalismo em 1957, quando passou em um concurso público de admissão de redatores na empresa Folha da Manhã, sendo contratado no jornal Folha da Tarde. Ulysses passou, também, pelo Última Hora, Notícias Populares, O Estado de S. Paulo e em 1966, participou da equipe que planejou e lançou o Jornal da Tarde.

Dois anos mais tarde, em 1968, o jornalista também planejou e lançou a revista Veja. Para fazer da revista um sucesso, a editora Abril criou um curso de Jornalismo específico para formar profissionais para trabalhar na Veja, onde Ulysses foi professor de Redação e Edição. Já em 1970 foi convidado a reformular a revista Realidade, que havia tido uma enorme queda de tiragem na época. O seu último emprego foi na Gazeta Mercantil.

De acordo com reportagem publicada em 9 de janeiro de 1994, no Cruzeiro, Ulysses sempre tivera o sonho de comandar um jornal do interior; o sonho foi realizado no dia 6 do mesmo mês, quando assumiu o cargo de editor-chefe do Cruzeiro do Sul. "O Cruzeiro do Sul foi uma fase muito importante na vida dele", conta Edileuza.

MEU COMENTÁRIO - Fiquei sabendo hoje que um grande jornalista faleceu, o seu Ulysses. Uma pena para o jornalismo de qualidade. Tive a oportunidade de trabalhar com o seu Ulysses entre 1996 e 1997, quando começava minha carreira no Cruzeiro do Sul. Tive a sorte de tê-lo como editor-chefe e como orientador. A cada matéria escrita errada, seu Ulysses gritava o nome do repórter lá da sala de vidro onde ficava e, com a caneta, rabiscava todo o texto. E era batata: bastava cumprir as orientações e seguir as setinhas que ele fazia no papel (reordenando as frases) para que o texto ficasse "redondo". E a gente ficava com aquela sensação de "porque eu não fiz isso antes?"

Devido à importância do seu Ulysses ao meu texto jornalístico e, consequentemente, à minha profissão, eu fiz questão de agradecê-lo em minha dissertação, defendida no dia 28 de fevereiro de 2011, pelo Instituto de Estudos da Linguagem (IEL) e pelo Laboratório de Estudos Avançados em Jornalismo (Labjor) da Unicamp. Já deixou saudade.

Um comentário:

  1. Realmente um profissional incrível, que merece o nosso respeito e reconhecimento...

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