quinta-feira, março 26, 2009

Pensando... pensando....

Estou meio sumido porque estou elaborando uma argumentação em cima de um material jornalístico que está sendo publicado. O tema é um tanto complicado e, consequentemente, a argumentação também. Mas é uma abordagem necessária para mostrar como nosso jornalismo é frágil, despreparado.
Espero que valha a pena.

sábado, março 21, 2009

Dissecando a escandalização

Do blog do Nassif

Mais uma condenação da revista Veja, agora na Vara de Pinheiro – ação de 2002.
Chamo a atenção para a sentença do Juiz Pedro Paulo Maillet Preuss – que cai como uma luva para as matérias da Veja em relação a Protógenes, De Sanctis e outros que ousaram enfrentar Daniel Dantas.

É um belíssimo diagnóstico dos métodos de manipulação jornalístico.

Diz a sentença:

1.Se a mídia quer substituir o Judiciário no ato de investigar e julgar, tem que seguir os procedimentos do Judiciário. “(…) se busca a imprensa investigar e julgar, arroga para si atribuições do estado, o qual realiza tais tarefas com base em princípios específicos e com atenção principalmente ao direito”.

2.Entre esses procedimentos, o de alertar o entrevistado de que a matéria será de denúncia, para que ele possa se defender e estabelecer o contraditório.

3.A matéria escondeu informações fundamentais, para poder criminalizar a atuação da vítima. Era sobre um método alternativo de medicina. Os manuais diziam que não substituiria a alopatia. A matéria escondeu essa informação. Depois afirmou que todo método que se propõe a substituir a alopatia é de charlatões. “E nem se diga que a ré não foi chamada de charlatã. O contexto da reportagem dá a entender que todos que ali estão não são dignos de crédito.Trata-se de generalização perigosa. Ainda mais quando se associa a atividade da autora com “bizarrices de embrulhar o estômago, como a urinoterapia”, Só desta afirmação maldosa já emerge o dever de indenizar”.

4.Uma das táticas mais maliciosas consiste em substituir mentiras por omissões: “Ao que parece, não há na reportagem mentiras explícitas sobre a autora, ou sobre a terapia que ela desenvolve. Longe aqui de querer julgar o mérito de tais atividades, de cunho aparentemente “medicinal”, certo é que, se mentiras não houve, ao menos omissões constam da reportagem.

Comentário - Esse é um problema que afeta todo e qualquer veículo de imprensa, inclusive os de Sorocaba. Diante do desconhecimento do método da Justiça trabalhar, a imprensa apura a seu modo (quase sempre sem direito ao contraditório) e acaba causando prejuízos ao "denunciado". Por motivos óbvios, quando a questão chega na Justiça, a imprensa se ferra de verde-amarelo. E daí faz ilações de que a Justiça atende a interesses desse ou daquele. Com sua visão míope, a imprensa não consegue ver que seu método de apuração é que é errado, pitoresco e que induz a sociedade a erro de julgamento.

sexta-feira, março 20, 2009

O custo do não preparo


O Laboratório de Estudos Avançados em Jornalismo (Labjor) da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) vem fazendo a transcrição de todas as entrevistas realizadas pelo Programa Roda Viva, da TV Cultura. O Roda Viva é um dos mais antigos e, ainda hoje, um dos principais programas de entrevista jornalística da TV brasileira.
Os que se interessarem, basta clicar aqui

Sou um fã do Roda Viva. Faz um tempo que não consigo assistir devido ao meu horário de trabalho, mas um programa que achei o top dos tops foi o com o historiador Luis Mir.
Entrevistado sobre o seu então recém-lançado livro 'Guerra Civil' - já comentado aqui no blog (veja aqui) - Luis Mir deu um banho nos entrevistadores.
A cada resposta um se calava. Organizador de um arsenal de informações de várias áreas e diversas fontes, Mir simplesmente arrasou.

Na minha humilde opinião, esse programa mostrou como o jornalista vai para a entrevista sem preparo. O incrível é que jornalistas 'renomados' como Renato Lombardi e Nely Caxeta se apoiaram em senso-comuns para entrevistá-lo. O que se viu, não poderia ser diferente: um massacre, sem qualquer trocadilho ao livro de Mir.
O que eu vi, foi um Renato Lombardi olhando só para seu próprio umbigo e querendo contar quem ele entrevistou na favela para tentar combater os dados históricos levantados pelo entrevistado. Por sua vez, Nely Caxeta se comportou e questionou com argumentos usados por dondocas da alta classe burra (e não a inteligente).

Mir foi derrubando um a um. Vale a pena ler ou assistir esse Roda Viva. É uma aula de Brasil. Destaco também o debate inteligente travado entre Luis Mir e sociólogo Sérgio Adorno e o jornalista Gilberto Nascimento, que se diferenciaram e mostraram como se faz um bom debate e uma discussão de qualidade.

sexta-feira, março 13, 2009

É assim e pronto


Alguns me assustam no jornalismo. São aqueles que têm uma visão única. O mundo não gira em torno deles, até porque eles são o mundo. São os jornalistas das teorias de conspiração. Tudo e todos estão conspirando, menos ele.

Não existe boa vontade, só interesse. Não existe ajuda, só beneficiamento. São jornalistas que têm a visão deturpada por um simples fato: são jornalistas e estão se beneficiando do poder da imprensa. É o abuso de poder da imprensa. E qualquer cidadão de bem que vá contra esse abuso estará atentando contra a linda, maravilhosa e estonteante liberdade de imprensa. Já virou chavão.

O mais maluco dessa história toda é que eles são os mais hipócritas. Sob a égide da moral e dos bons costumes, eles julgam conforme regras que eles sequer cumprem. Aliás, por vezes, usam dos mesmos métodos moralmente ilegais para acusar o outro. É o famoso seis falando do meia dúzia.

Não acredito nesse tipo, tem vida curta.

quinta-feira, março 12, 2009

Existem dois lados?

Isenção. Essa é uma das características que o leitor comum espera de um jornalistas quando ele está fazendo uma matéria sobre determinado assunto, ok? Atingir a isenção suprema é um ato difícil, mas buscá-la é a utopia que todos jornalistas deveriam optar. E o que menos se vê hoje em dia são profissionais dispostos a isso. O resultado é óbvio: uma sociedade que trata o jornalista com descrédito e o acusa de ser "urubu", ou seja, só querer a desgraça alheia. E não é à toa que o cidadão comum pense assim.

Cito um exemplo. Dia desses os jornais em Sorocaba publicaram matérias sobre a sessão na Câmara em que o secretário municipal Daniel de Jesus Leite foi dar explicações sobre a inauguração de uma sala/escritório sorocabano em Wuxi, na China. Como o tema vinha sendo explorado de maneira "bombástica" há tempos, não era de se esperar que ele fosse trabalhado com cuidado. E sobrou desserviço para todo lado.
O quue se viu nas matérias foi um tendenciosismo atroz.

Vamos nos ater aos fatos. O secretário usou seus argumentos para tentar convencer os vereadores. Logo em seguida, o vereador Francisco França usou da palavra, seguido do vereador Marinho Marte. Ambos com críticas.
O pastor Luis Santos usou seu tempo regimental para defender. Em minha opinião, rasgou seda e elogiou ao extremo o secretário (essa foi a minha impressão), algo que fugiria de uma defesa habitual, digamos assim. A razão disso, seria que os dois pertencem à mesma ordem religiosa. Então, o vereador Paulo Mendes usou a palavra para defender o secretário.

Pois bem. Factualmente, qual o peso de um ou de outro depoimento? Em uma matéria jornalística normal, acredito que todos têm o mesmo peso, logo, a matéria deveria apresentar as duas "versões". Mas o que se viu não foi isso.
Todos os ataques e ironias feitas foram detalhadamente publicadas. Na parte que caberia à defesa, somente a rasgação de seda e em tom jocoso.

Claramente, qualquer um que lê as matérias verá que os argumentos contrários aos argumentos defendidos pelos jornais foram desqualificados e os argumentos favoráveis receberam destaque e cuidado no momento da elaboração. O que foi produzido não foi uma matéria, mas uma tentativa de execução sumária. No texto, o que se buscou foi desqualificar toda e qualquer outra visão possível para o assunto. Nada tinha valor, senão ao posicionamento já fechado dos jornais. A ponto de dar espaço para piadinhas que nada importavam na discussão do real problema - se existe ou não escritório e se ele foi criado de maneira legal ou não - e não mostrar a posição de quem estava concordando com o secretário.

Não defendo este ou aquele lado. Defendo aqui a prática do bom jornalismo que deve dar espaço para este e para aquele, sob pena de amanhã, diante de qualquer especulação que levantem contra mim ou você, corramos o risco de não ter espaço para nos manifestar. E a imprensa, que deveria ser a detentora deste papel, será o meu e o seu derradeiro algoz só porque, em um primeiro momento e sem nos ouvir, ela já formou opinião.

quarta-feira, março 11, 2009

Um documentário a ser visto



Essa é uma série que aparentemente foi feita e divulgada pela internet e mostra como os ataques de 11 de setembro - aquele das torres gêmeas - podem ter sido uma grande teoria da conspiração em favor dos grandes donos do dinheiro. É um tanto provocador, mas de qualquer modo, acho que vale à pena.
Muito bem feito e fundamentado. Aqueles que duvidarem de alguns dados citados, basta correr atrás no Google e verá que os dados conferem. Além desse documentário, Zeitgeist, tem o Zeitgeist Adendum, também provocador. Indico os dois. Só nos faz pensar e pensar não faz mal a ninguém. Agora, quem quer ficar com suas convicções imutáveis pelo resto da vida, passe longe. Esse é o primeiro de 12 capítulos. Os demais estão todos no You Tube.

PARTE 2

terça-feira, março 10, 2009

Oito e oitenta

A Câmara de Vereadores de Sorocaba faz coisas que não são lógicas à razão humana. Com um quadro de funcionários cheio de pessoas indicadas, a Casa de Leis foi "convidada" pelo Ministério Público a realizar concurso público. A ideia era substituir os funcionários escolhidos por concursados. Com isso, os funcionários que passariam a trabalhar na Câmara seriam escolhidos de maneira justa e democrática e não mais seriam aqueles peixinhos dourados que, muitas vezes, estão lá porque tão somente trabalharam durante a campanha deste ou daquele.

Realizado o concurso público, a Câmara chamou os melhores candidatos para tomarem posse em seus cargos. Até aí, palmas ao Legislativo. Mas, quando é melhor observada a área de assessoria de imprensa, começa-se a entrar nesse angu.
Ao invés de convocar os quatro jornalistas concursados para assumirem seus cargos, observa-se que a Câmara Municipal chamou dois concursados e manteve outros dois jornalistas indicados. Mas se o concurso foi feito para, justamente, substituir os cargos indicados por pessoas concursadas, qual é a razão para manter dois indicados e deixar de fora dois concursados? Como disse acima, a Câmara faz coisas que a lógica humana não entende.

Novo site da Câmara


A Câmara Municipal de Sorocaba colocou no ar hoje o seu novo site. Com um visual mais light, o novo site tem como novidade a publicação de notícias legislativas. Mas uma área que deve ser constantemente acompanhada pelos munícipes é a prestação de contas dos parlamentares sorocabanos, informações estas que podem ser acessadas clicando aqui

Multi-homem musical

Lembram do multi-homem aquele cara que se desdobrava em vários nos desenho infantil 'Os impossíveis'? Pois bem, estava fuçando o You Tube e encontrei esse vídeo. Achei fantástico o esquema que o rapaz fez para mostrar sua habilidade musical. Ficou muito legal mesmo, desde a escolha da música até o formato da montagem.

quarta-feira, março 04, 2009

STJ condena Igreja Universal a devolver doação a fiel arrependido

Da Agência Brasil

Brasília - O Superior Tribunal de Justiça (STJ) determinou hoje (3) que a Igreja Universal do Reino de Deus (IURD) devolva a quantia de R$ 2 mil corrigida para um fiel arrependido de ter feito uma doação.

Com a decisão, a Justiça negou o pedido de recurso da igreja. De acordo com o STJ, em uma visita à IURD um motorista de São Paulo foi induzido a fazer parte da comunidade religiosa, mas para isso teve que se desfazer de todos os seus bens materiais. Em recompensa, o pastor lhe garantiu melhorias profissionais e afetivas em sua vida.

O motorista vendeu seu carro, único bem que possuía, por R$ 2,6 mil e entregou o valor ao pastor em dois cheques, um de R$ 2 mil e outro de R$ 600. Depois de alguns dias, o fiel se arrependeu e conseguiu resgatar o cheque de menor valor, mas não o restante, que já estava em posse da igreja.

Sentindo-se lesado, o motorista entrou na Justiça com uma ação indenizatória por danos morais e materiais. Em primeira instância o pedido foi recusado. Ele entrou com recurso e foi atendido parcialmente pelo Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP), que condenou a igreja a devolver o valor doado, devidamente corrigido, mas descartou o pedido de indenização por danos morais.

O ministro Luís Felipe Salomão do STJ, justificou a negativa ao recurso proposto pela IURD no órgão, dizendo que a decisão do TJ-SP foi altamente qualificada e dispensa uma nova análise do processo.

“Ora, rever os fundamentos que ensejaram o entendimento do Tribunal de Justiça estadual exigiria a reapreciação do conjunto probatório, o que é vedado em recurso especial, ante o teor da Súmula 7 do STJ”, disse o ministro.

Comentário - Vai que a moda pega...

Sobre o assunto, esse vídeo clip diz tudo: