domingo, janeiro 31, 2010
Show do Metallica
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Marcel
Acabo de chegar do show do Metallica em São Paulo. Uma apresentação inesquecível. Os caras já não têm tanta disposição para ficar correndo pra cá e pra lá - e olha que eles correram - mas a execução das músicas foi perfeita. Tirando umas três músicas do disco novo - Death Magnetic - todas as demais são velharias e grandes clássicos. Velharias no bom sentido, porque são músicas muito boas.
Mas vou ficando por aqui. Estou muito cansado. De lambuja deixo uma foto panorâmica que fiz no Morumbi. Sinceramente, fiquei impressionado com o público, que lotou, cantou e curtiu cada segundo desse show. Foi realmente muito bonita a apresentação dos caras e a participação do público.
sábado, janeiro 30, 2010
Acidente no aeroclube de Sorocaba
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Marcel
Em 1971, aconteceu um pequeno incidente no aeroclube de Sorocaba. Pista de terra, o piloto acabou tocando com o trem de pouso em algum lugar e perdeu uma das rodas. Sem muita opção, lhe restou ficar sobrevoando a cidade para gastar combustível enquanto o pessoal de terra acionava amigos para que fossem até o aeroclube com seus carros. O objetivo era conseguir o maior número de extintores de incêndio para usar se fosse necessário.
Enquanto isso, um jornalista muito conhecido da imprensa, Adalberto Vieira, mais conhecido como Pardal, filmava o ocorrido. Pardal filmou tudo com sua câmera 8mm. Dia desses ele me contou essa história na redação do jornal Cruzeiro do Sul e resolvi conferir esse tal vídeo, que, agora, disponibilizo aqui.
Enquanto isso, um jornalista muito conhecido da imprensa, Adalberto Vieira, mais conhecido como Pardal, filmava o ocorrido. Pardal filmou tudo com sua câmera 8mm. Dia desses ele me contou essa história na redação do jornal Cruzeiro do Sul e resolvi conferir esse tal vídeo, que, agora, disponibilizo aqui.
One
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Marcel
A banda Metallica está em SP neste sábado e domingo, quando se apresentam na turnê Death Magnetic, no Morumbi. Pelo que vi do show deles em Porto Alegre, o set list foi muito bom começando com 3 músicas do Ride The Lightning e tocando vários clássicos, permeados pelas novas músicas do Death Magnetic. Ao que parece, os caras realmente querem voltar aos tempos em que o Metallica era sinônimo de música pesada e não aquelas baladinhas em que James Hettfield aparecia de chapéu de cowboy. Um dos clássicos que eles tocaram em POA e devem tocar em São Paulo é "One", a primeira música do Metallica e virar vídeoclip para a MTV. E os caras não faziam videoclip justamente por que não queriam ficar pops. Parece que a história mudou muito de lá pra cá, mas parece que os eles se arrependeram. Mas isso só o tempo vai mostrar. De qualquer forma, One é um clássico que vale a pena ser visto e ouvido.
Se lembram desse desenho?
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Marcel
Se você foi criança na década de 80 e assistia à TV Manchete, você certamente se lembra desse desenho. O Pirata do Espaço fez muito sucesso aqui no Brasil. O desenho começou a ser apresentado no programa Clube da Criança, que era apresentado pela Xuxa, na Manchete. Contava histórias das batalhas em defesa da Terra pela dupla Rita e Joe, que pilotavam essa aeronave-robô, o Pirata do Espaço. Bons tempos aqueles de poder chegar da escola, brincar na rua e assistir desenho.
sexta-feira, janeiro 29, 2010
PIB dos EUA tem o menor crescimento em 63 anos
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Marcel
publicado em 29/01/2010 às 12h00: atualizado em: 29/01/2010 às 12h33
No quarto trimestre de 2009, a economia dos EUA cresceu 5,7%
O PIB (Produto Interno Bruto, que é soma das riquezas) dos Estados Unidos caiu 2,4% no ano passado, menor resultado desde 1946, quando houve uma retração de 10,9%, segundo dados divulgados nesta sexta-feira (29) pelo Departamento do Comércio.
No quarto trimestre, no entanto, foi registrado um crescimento de 5,7% - o que já sinaliza o fim da recessão da economia americana. Mesmo assim, o órgão responsável por declarar oficialmente o final das recessões (National Bureau of Economic Research) e que leva em conta também outros fatores, como o desemprego, ainda não se pronunciou a respeito.
Os economistas atribuem o crescimento à melhora no mercado imobiliário e ao avanço da produção industrial, mas as companhias continuam sem aumentar o ritmo de contratações, o que faz com que o desemprego permaneça em 10%. Os economistas calculam, nesse sentido, que parte do crescimento quarto trimestre diz respeito ao ciclo de estoques.
No terceiro trimestre de 2009, a soma das riquezas norte-americanas havia crescido 2,2%, depois de um ano de contração. Em 2008, o PIB dos EUA havia se expandido 0,4% e, em 2007, 2,1%.
As vendas finais reais de produtos domésticos, que representam o PIB menos a variação dos estoques privados, cresceram a uma taxa anual de apenas 2,2% no quarto trimestre, após aumentarem 1,5% no terceiro.
As empresas reduziram seus estoques no quarto trimestre em R$ 60,3 bilhões (US$ 33,5 bilhões), muito menos que as reduções de cerca de R$ 250 bilhões (US$ 139,2 bilhões) e de R$ 288 bilhões (US$ 160,2 bilhões) promovidas no terceiro e no segundo trimestre, respectivamente.
O Fed (banco central americano) decidiu na quarta-feira (27) que manterá a taxa básica de juros em níveis próximos a zero durante um período "extenso" para impulsionar a recuperação.
O presidente americano, Barack Obama, prometeu, durante o discurso sobre o Estado da Nação na noite da quarta-feira (27), que a criação de emprego será "o objetivo principal de 2010".
No quarto trimestre de 2009, a economia dos EUA cresceu 5,7%
O PIB (Produto Interno Bruto, que é soma das riquezas) dos Estados Unidos caiu 2,4% no ano passado, menor resultado desde 1946, quando houve uma retração de 10,9%, segundo dados divulgados nesta sexta-feira (29) pelo Departamento do Comércio.
No quarto trimestre, no entanto, foi registrado um crescimento de 5,7% - o que já sinaliza o fim da recessão da economia americana. Mesmo assim, o órgão responsável por declarar oficialmente o final das recessões (National Bureau of Economic Research) e que leva em conta também outros fatores, como o desemprego, ainda não se pronunciou a respeito.
Os economistas atribuem o crescimento à melhora no mercado imobiliário e ao avanço da produção industrial, mas as companhias continuam sem aumentar o ritmo de contratações, o que faz com que o desemprego permaneça em 10%. Os economistas calculam, nesse sentido, que parte do crescimento quarto trimestre diz respeito ao ciclo de estoques.
No terceiro trimestre de 2009, a soma das riquezas norte-americanas havia crescido 2,2%, depois de um ano de contração. Em 2008, o PIB dos EUA havia se expandido 0,4% e, em 2007, 2,1%.
As vendas finais reais de produtos domésticos, que representam o PIB menos a variação dos estoques privados, cresceram a uma taxa anual de apenas 2,2% no quarto trimestre, após aumentarem 1,5% no terceiro.
As empresas reduziram seus estoques no quarto trimestre em R$ 60,3 bilhões (US$ 33,5 bilhões), muito menos que as reduções de cerca de R$ 250 bilhões (US$ 139,2 bilhões) e de R$ 288 bilhões (US$ 160,2 bilhões) promovidas no terceiro e no segundo trimestre, respectivamente.
O Fed (banco central americano) decidiu na quarta-feira (27) que manterá a taxa básica de juros em níveis próximos a zero durante um período "extenso" para impulsionar a recuperação.
O presidente americano, Barack Obama, prometeu, durante o discurso sobre o Estado da Nação na noite da quarta-feira (27), que a criação de emprego será "o objetivo principal de 2010".
Arqueólogos encontram fonte de aqueduto da Roma Antiga
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Marcel
Publicado no Portal Terra
Uma equipe de arqueólogos localizou a fonte de um aqueduto romano construído pelo imperador Trajano há quase 2 mil anos. As câmaras coletoras estavam sob uma igreja a noroeste de Roma.
O aqueduto, com cerca de 40 km de extensão, foi inaugurado no ano 109 e era um dos onze que abasteciam Roma - uma cidade que crescia rapidamente e tinha um milhão de habitantes na época
Uma equipe de arqueólogos localizou a fonte de um aqueduto romano construído pelo imperador Trajano há quase 2 mil anos. As câmaras coletoras estavam sob uma igreja a noroeste de Roma.
O aqueduto, com cerca de 40 km de extensão, foi inaugurado no ano 109 e era um dos onze que abasteciam Roma - uma cidade que crescia rapidamente e tinha um milhão de habitantes na época
Resolvendo o cubo mágico
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Marcel
Sabe aquele cubo mágico que você tem sérios problemas para resolver e colocar as cores nos lugares certos. Pois veja o que esse rapazinho faz. Existem outros mais rápidos até, mas fui com a cara e simpatia deste.
Agora, se você quer aprender como colocar o cubo 3 x 3 em ordem, basta seguir esses três vídeos feitos pelo Alan Lee.
Agora, se você quer aprender como colocar o cubo 3 x 3 em ordem, basta seguir esses três vídeos feitos pelo Alan Lee.
quinta-feira, janeiro 28, 2010
Água na Carol!
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Marcel
Esse Youtube tem cada coisa que é de chorar de rir. Mas uma das minhas prediletas é essa aqui. Acho que eu não preciso fazer qualquer comentário.
quarta-feira, janeiro 27, 2010
Para quem gosta de cavernas
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Marcel
Para quem gosta de cavernas, essa aqui é um paraíso. Fantástico isso!
Postado no Blog do Luis Nassif
Postado no Blog do Luis Nassif
terça-feira, janeiro 26, 2010
O aborto e a lei, segundo uma promotora
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Marcel
Publicado no blog do André Forastieri - http://blogs.r7.com/andre-forastieri/
A história sobre o aborto – a intromissão de religiosos no assunto, e a covardia do governo sobre o tema – continua rendendo. Uma amiga aqui do blog, promotora, escreveu o texto abaixo. Pediu para não ser identificada. Ela entende de lei. E convive cotidianamente com injustiças corriqueiras.
Leia com atenção:
"Uma grávida, maior de 18 anos, provoca aborto em si mesma ou consente que alguém o provoque. É crime, segundo o artigo 124 do Código Penal Brasileiro. A pena mínima prevista no código é de um ano de detenção e a pena máxima pode chegar a três anos de detenção. Isso significa que uma mulher, processada por aborto que provocou ou consentiu, será mesmo condenada e presa? Pouco provável. Pelas seguintes razões:
- quando ocorre um crime, o delegado de polícia instaura inquérito policial para investigar. No caso do aborto, ele é obrigado a colher indícios de que a grávida provocou intencionalmente ou permitiu que alguém realizasse o aborto. Aborto natural, logicamente, não é crime.
E nem aborto culposo, na hipótese da grávida imprudente que não se cuidou e abortou. Aborto é crime que deixa vestígios, então, para ser provado, necessário o exame do cadáver do feto.
Geralmente, abortos ocorrem clandestinamente, em casa ou em clínicas ilegais. Ou então, para serem descobertos pela polícia, dependem de notícia dada por médicos ou pessoas próximas da grávida. Essas circunstâncias (necessidade de delação, de preservação do cadáver do feto e até mesmo de apreensão de instrumentos ou medicamentos que indiquem a efetiva intenção de abortar) contribuem para que o número de inquéritos policiais instaurados para apuração de aborto provocado ou com consentimento da gestante sejam reduzidos.
- concluída a investigação, o inquérito é analisado pelo promotor de justiça, que fará a "denúncia": ou seja, a acusação formal e escrita, dirigida ao juiz, narrando a prática do crime e pedindo a instauração de processo criminal contra a denunciada. Mesmo que, na denúncia, o promotor conclua a acusação pedindo a futura condenação da denunciada, esse pedido não o vincula até o final do processo. Se, futuramente, colhidas as provas, o promotor se convencer da inocência da ré, ou de que não há provas suficientes para considerá-la culpada, pode pedir sua absolvição.
- no caso de uma mulher ser denunciada (acusada) por aborto provocado ou que consentiu, pode ser que o processo não seja julgado. Isso porque existe uma lei processual, a Lei n. 9099/95, que dispõe que, nos crimes nos quais a pena mínima não for superior a um ano de prisão, o promotor de justiça pode oferecer para a pessoa acusada uma proposta de suspensão do processo. O aborto entra nessa possibilidade.
Mas a ré não pode estar sendo processada pela prática de outro crime, nem ter sido condenada anteriormente por crime.
Se a acusada aceitar a proposta do promotor, o processo ficará suspenso por dois anos. Nesse tempo, ela terá que comparecer no fórum uma vez por mês, para assinar uma ficha no cartório judicial. Também só vai poder sair da cidade onde corre o processo para viajar, com autorização do juiz. Terminados os dois anos, se ela cumpriu as condições e não cometeu outros crimes, o processo é extinto e arquivado, sem sentença de julgamento, ou seja, sem a acusada ter sido julgada culpada ou inocente.
- se a acusada não tiver direito à proposta de suspensão (por exemplo: ela está sendo processada por outro crime. "Processada" é diferente de "investigada" em inquérito policial. Apenas denúncia, que significa acusação, recebida por um juiz gera processo) ou se não a aceitar, o processo se inicia e serão colhidas as provas orais em audiência judicial, com juntada de documentos, laudos no processo etc. Só que não será o juiz que irá julgar a acusada de aborto.
Aborto, segundo o Código Penal, é crime doloso (intencional) contra a vida. A Constituição Federal diz que os crimes dolosos contra a vida (homicídio, infanticídio, aborto, instigação a suicídio) serão obrigatoriamente julgados pelo júri popular.
Então, sete pessoas da sociedade, os jurados, vão decidir se uma acusada levada a julgamento será condenada ou absolvida. O veredicto se dará pela maioria de votos, com os jurados depositando, em uma urna, cédulas com a palavra "sim", para condenação, ou "não", para absolvição. A votação é secreta, cada jurado não pode revelar seu voto e nem se comunicar com os demais jurados. Sendo a votação secreta, os jurados votam conforme sua consciência e convicção, baseados nas provas expostas pela acusação e defesa.
Não podem justificar oralmente ou por escrito o porquê de seu voto. Se a maioria de votos concluir pela condenação, o juiz se limitará a calcular a pena a ser aplicada para a condenada. Se primária e de bons antecedentes, provavelmente receberá pena mínima, um ano de detenção.
Nessas condições, não será presa, pois:
a) o regime de cumprimento de pena, para penas de até quatro anos de prisão, é o aberto, segundo o Código Penal,
b) terá direito à suspensão condicional da pena (com condições de cumprimento semelhantes à da suspensão condicional do processo).
Assim, ainda que receba pena máxima, de três anos, não será presa. Apenas se for reincidente em crime doloso não terá direito à suspensão da pena e terá que cumpri-la em regime semi-aberto.
Julgamentos de abortos provocados ou consentidos pela gestante são bem incomuns no dia a dia forense, em razão do número reduzido de inquéritos instaurados para apurar esse tipo de crime e da possibilidade de suspensão do processo. Condenações são ainda mais raras, pois os jurados decidem de acordo com suas convicções, sem ter que revelar o voto.
Efetiva prisão não acontece, pois apenas crimes apenados com reclusão resultam em cumprimento de pena em regime fechado. Aborto provocado ou consentido pela gestante é apenado com detenção. A pena dá direito a regime aberto para a não reincidente em crime doloso.
Concluindo: aborto provocado/consentido dificilmente gera condenação e punição na prática. O processo acaba sendo mera formalidade. A fraude é facilitada: mulheres grávidas podem mentir na DP dizendo que foram estupradas, conseguir um BO falso e abortar na legalidade e na facilidade. Se é assim, mais um motivo para descriminalizar, não?
E é isso. Agora, quer saber minha opinião pessoal sobre o assunto? Sou a favor da descriminalização.
Além da parte criminal, eu também faço a parte de adolescentes infratores e vejo que, na grande maioria dos casos, os meninos e meninas desandam para o crime porque têm pais omissos, desinteressados, despreparados, bananas – bom, isso quando existe um pai. Geralmente, é só a mãe, cheia de filhos.
Mas não fui eu que fiz as leis, nem tenho o poder de mudá-las.
Enquanto for crime, é meu dever fazer as acusações contra quem abortou, senão, quem comete crime sou eu. Mas não é pelo fato do aborto ser crime que existem mulheres que deixam de abortar, com medo de punição. Se há mulher pobre que quer abortar e não o faz, é por medo do tipo de atendimento médico que será oferecido.
E também não acho que a descriminalização não acontecerá por causa de medo da reação da Igreja ou troço que o valha. Isso é desculpa, pois exigiria um belo aumento dos gastos do governo na área da saúde. Isso sem falar no despreparo dos hospitais e médicos.
Nas últimas décadas, houve no país a proliferação de faculdades de quinta categoria, incluindo medicina.
Se inquérito policial de autoaborto é algo incomum, inquérito para apurar erro médico, geralmente em hospitais públicos, é bem corriqueiro. Já pensou a quantidade de açougueiros despreparados trabalhando indevidamente no serviço público? E curetagem é uma cirurgia muito delicada, já que o útero é raspado. Se perfurar, é tchau.
Mesmo descriminalizando, muitas mulheres pobres continuariam a morrer, por falta de investimento do governo e péssima formação de médicos"
A história sobre o aborto – a intromissão de religiosos no assunto, e a covardia do governo sobre o tema – continua rendendo. Uma amiga aqui do blog, promotora, escreveu o texto abaixo. Pediu para não ser identificada. Ela entende de lei. E convive cotidianamente com injustiças corriqueiras.
Leia com atenção:
"Uma grávida, maior de 18 anos, provoca aborto em si mesma ou consente que alguém o provoque. É crime, segundo o artigo 124 do Código Penal Brasileiro. A pena mínima prevista no código é de um ano de detenção e a pena máxima pode chegar a três anos de detenção. Isso significa que uma mulher, processada por aborto que provocou ou consentiu, será mesmo condenada e presa? Pouco provável. Pelas seguintes razões:
- quando ocorre um crime, o delegado de polícia instaura inquérito policial para investigar. No caso do aborto, ele é obrigado a colher indícios de que a grávida provocou intencionalmente ou permitiu que alguém realizasse o aborto. Aborto natural, logicamente, não é crime.
E nem aborto culposo, na hipótese da grávida imprudente que não se cuidou e abortou. Aborto é crime que deixa vestígios, então, para ser provado, necessário o exame do cadáver do feto.
Geralmente, abortos ocorrem clandestinamente, em casa ou em clínicas ilegais. Ou então, para serem descobertos pela polícia, dependem de notícia dada por médicos ou pessoas próximas da grávida. Essas circunstâncias (necessidade de delação, de preservação do cadáver do feto e até mesmo de apreensão de instrumentos ou medicamentos que indiquem a efetiva intenção de abortar) contribuem para que o número de inquéritos policiais instaurados para apuração de aborto provocado ou com consentimento da gestante sejam reduzidos.
- concluída a investigação, o inquérito é analisado pelo promotor de justiça, que fará a "denúncia": ou seja, a acusação formal e escrita, dirigida ao juiz, narrando a prática do crime e pedindo a instauração de processo criminal contra a denunciada. Mesmo que, na denúncia, o promotor conclua a acusação pedindo a futura condenação da denunciada, esse pedido não o vincula até o final do processo. Se, futuramente, colhidas as provas, o promotor se convencer da inocência da ré, ou de que não há provas suficientes para considerá-la culpada, pode pedir sua absolvição.
- no caso de uma mulher ser denunciada (acusada) por aborto provocado ou que consentiu, pode ser que o processo não seja julgado. Isso porque existe uma lei processual, a Lei n. 9099/95, que dispõe que, nos crimes nos quais a pena mínima não for superior a um ano de prisão, o promotor de justiça pode oferecer para a pessoa acusada uma proposta de suspensão do processo. O aborto entra nessa possibilidade.
Mas a ré não pode estar sendo processada pela prática de outro crime, nem ter sido condenada anteriormente por crime.
Se a acusada aceitar a proposta do promotor, o processo ficará suspenso por dois anos. Nesse tempo, ela terá que comparecer no fórum uma vez por mês, para assinar uma ficha no cartório judicial. Também só vai poder sair da cidade onde corre o processo para viajar, com autorização do juiz. Terminados os dois anos, se ela cumpriu as condições e não cometeu outros crimes, o processo é extinto e arquivado, sem sentença de julgamento, ou seja, sem a acusada ter sido julgada culpada ou inocente.
- se a acusada não tiver direito à proposta de suspensão (por exemplo: ela está sendo processada por outro crime. "Processada" é diferente de "investigada" em inquérito policial. Apenas denúncia, que significa acusação, recebida por um juiz gera processo) ou se não a aceitar, o processo se inicia e serão colhidas as provas orais em audiência judicial, com juntada de documentos, laudos no processo etc. Só que não será o juiz que irá julgar a acusada de aborto.
Aborto, segundo o Código Penal, é crime doloso (intencional) contra a vida. A Constituição Federal diz que os crimes dolosos contra a vida (homicídio, infanticídio, aborto, instigação a suicídio) serão obrigatoriamente julgados pelo júri popular.
Então, sete pessoas da sociedade, os jurados, vão decidir se uma acusada levada a julgamento será condenada ou absolvida. O veredicto se dará pela maioria de votos, com os jurados depositando, em uma urna, cédulas com a palavra "sim", para condenação, ou "não", para absolvição. A votação é secreta, cada jurado não pode revelar seu voto e nem se comunicar com os demais jurados. Sendo a votação secreta, os jurados votam conforme sua consciência e convicção, baseados nas provas expostas pela acusação e defesa.
Não podem justificar oralmente ou por escrito o porquê de seu voto. Se a maioria de votos concluir pela condenação, o juiz se limitará a calcular a pena a ser aplicada para a condenada. Se primária e de bons antecedentes, provavelmente receberá pena mínima, um ano de detenção.
Nessas condições, não será presa, pois:
a) o regime de cumprimento de pena, para penas de até quatro anos de prisão, é o aberto, segundo o Código Penal,
b) terá direito à suspensão condicional da pena (com condições de cumprimento semelhantes à da suspensão condicional do processo).
Assim, ainda que receba pena máxima, de três anos, não será presa. Apenas se for reincidente em crime doloso não terá direito à suspensão da pena e terá que cumpri-la em regime semi-aberto.
Julgamentos de abortos provocados ou consentidos pela gestante são bem incomuns no dia a dia forense, em razão do número reduzido de inquéritos instaurados para apurar esse tipo de crime e da possibilidade de suspensão do processo. Condenações são ainda mais raras, pois os jurados decidem de acordo com suas convicções, sem ter que revelar o voto.
Efetiva prisão não acontece, pois apenas crimes apenados com reclusão resultam em cumprimento de pena em regime fechado. Aborto provocado ou consentido pela gestante é apenado com detenção. A pena dá direito a regime aberto para a não reincidente em crime doloso.
Concluindo: aborto provocado/consentido dificilmente gera condenação e punição na prática. O processo acaba sendo mera formalidade. A fraude é facilitada: mulheres grávidas podem mentir na DP dizendo que foram estupradas, conseguir um BO falso e abortar na legalidade e na facilidade. Se é assim, mais um motivo para descriminalizar, não?
E é isso. Agora, quer saber minha opinião pessoal sobre o assunto? Sou a favor da descriminalização.
Além da parte criminal, eu também faço a parte de adolescentes infratores e vejo que, na grande maioria dos casos, os meninos e meninas desandam para o crime porque têm pais omissos, desinteressados, despreparados, bananas – bom, isso quando existe um pai. Geralmente, é só a mãe, cheia de filhos.
Mas não fui eu que fiz as leis, nem tenho o poder de mudá-las.
Enquanto for crime, é meu dever fazer as acusações contra quem abortou, senão, quem comete crime sou eu. Mas não é pelo fato do aborto ser crime que existem mulheres que deixam de abortar, com medo de punição. Se há mulher pobre que quer abortar e não o faz, é por medo do tipo de atendimento médico que será oferecido.
E também não acho que a descriminalização não acontecerá por causa de medo da reação da Igreja ou troço que o valha. Isso é desculpa, pois exigiria um belo aumento dos gastos do governo na área da saúde. Isso sem falar no despreparo dos hospitais e médicos.
Nas últimas décadas, houve no país a proliferação de faculdades de quinta categoria, incluindo medicina.
Se inquérito policial de autoaborto é algo incomum, inquérito para apurar erro médico, geralmente em hospitais públicos, é bem corriqueiro. Já pensou a quantidade de açougueiros despreparados trabalhando indevidamente no serviço público? E curetagem é uma cirurgia muito delicada, já que o útero é raspado. Se perfurar, é tchau.
Mesmo descriminalizando, muitas mulheres pobres continuariam a morrer, por falta de investimento do governo e péssima formação de médicos"
Cientistas da USP criam novo modo de diagnosticar e tratar câncer de pele
Postado por
Marcel
Publicado no JC e-mail 3937, de 26 de Janeiro de 2010.
Aparelho é mais barato e mais rápido do que opções do mercado. Pesquisadores têm R$ 4 milhões do BNDES para fabricar o novo modelo. Pesquisadores da Universidade de São Paulo desenvolveram um equipamento de tratamento e de diagnóstico do câncer de pele - que é o mais freqüente, no Brasil - e corresponde a 25% dos tumores malignos registrados.
Mais de 2,5 mil lesões já foram tratadas com o modelo desenvolvido pela USP de São Carlos, que ajuda a tratar lesões causadas pelo câncer de pele, além de diagnosticá-las rapidamente, por um preço mais em conta.
O equipamento desenvolvido pela USP pode ser fabricado por menos de R$ 7 mil, é leve, fácil de transportar - e o melhor - indica na hora se o paciente tem câncer ou não. Outras opções usadas nesse tipo de tratamento já existem aqui e em outros países. Mas o aparelho é caro, quase R$ 200 mil, e não tem as vantagens do modelo brasileiro.
Os pesquisadores já têm um financiamento de R$ 4 milhões do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) para fabricar o novo modelo. A previsão é de que até o fim do ano, pacientes de cem
cidades tenham acesso, de graça, a essa tecnologia.
"Permite a resolução de casos numa faixa bastante grande, 70, 80% dos casos tratados", diz o pesquisador da USP São Carlos, Vanderlei Salvador Bagnato.
"Tem um excelente resultado cosmético, dando menos irritação, menos cicatrizes residuais da lesão tratada e sendo com pouca dor e bem tolerada pelo paciente", afirma a dermatologista Ana Gabriela Sálvio. Antes de passar pelo tratamento, o que a professora aposentada Flora Bernardes ouviu de um médico foi assustador. "Ele disse que eu tinha que tirar metade do nariz fora. E o resultado é esse que você está vendo no meu rosto. Eu posso enfrentar qualquer um sem constrangimento", diz Flora. (G1, 26/1)
Aparelho é mais barato e mais rápido do que opções do mercado. Pesquisadores têm R$ 4 milhões do BNDES para fabricar o novo modelo. Pesquisadores da Universidade de São Paulo desenvolveram um equipamento de tratamento e de diagnóstico do câncer de pele - que é o mais freqüente, no Brasil - e corresponde a 25% dos tumores malignos registrados.
Mais de 2,5 mil lesões já foram tratadas com o modelo desenvolvido pela USP de São Carlos, que ajuda a tratar lesões causadas pelo câncer de pele, além de diagnosticá-las rapidamente, por um preço mais em conta.
O equipamento desenvolvido pela USP pode ser fabricado por menos de R$ 7 mil, é leve, fácil de transportar - e o melhor - indica na hora se o paciente tem câncer ou não. Outras opções usadas nesse tipo de tratamento já existem aqui e em outros países. Mas o aparelho é caro, quase R$ 200 mil, e não tem as vantagens do modelo brasileiro.
Os pesquisadores já têm um financiamento de R$ 4 milhões do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) para fabricar o novo modelo. A previsão é de que até o fim do ano, pacientes de cem
cidades tenham acesso, de graça, a essa tecnologia.
"Permite a resolução de casos numa faixa bastante grande, 70, 80% dos casos tratados", diz o pesquisador da USP São Carlos, Vanderlei Salvador Bagnato.
"Tem um excelente resultado cosmético, dando menos irritação, menos cicatrizes residuais da lesão tratada e sendo com pouca dor e bem tolerada pelo paciente", afirma a dermatologista Ana Gabriela Sálvio. Antes de passar pelo tratamento, o que a professora aposentada Flora Bernardes ouviu de um médico foi assustador. "Ele disse que eu tinha que tirar metade do nariz fora. E o resultado é esse que você está vendo no meu rosto. Eu posso enfrentar qualquer um sem constrangimento", diz Flora. (G1, 26/1)
segunda-feira, janeiro 25, 2010
Steve Vai em duas versões
Postado por
Marcel
Duas versões de uma mesma música. Aliás, um clássico de Steve Vai, um dos gênios da guitarra. Na primeira versão, Vai toca de uma maneira mais formal, mas com um final que eu achei triunfante e impossível de não ficar grudado na espera da conclusão. Na segunda versão, é legal vê-lo brincar com as notas. A integração músico-guitarra em ambos os vídeos é impressionante, mas ainda prefiro a segunda, quando, ao final, ele faz umas graças com a alavanca da guitarra, fazendo com que qualquer som se encaixe na música. Steve Vai é show de qualquer forma.
terça-feira, janeiro 19, 2010
A presunção de inocência
Postado por
Marcel
O DIREITO NA IMPRENSA
A presunção de inocência
Por Dalmo de Abreu Dallari em 19/1/2010
(http://www.observatoriodaimprensa.com.br/artigos.asp?cod=573JDB003)
De acordo com o que dispõe a Constituição brasileira no artigo 5°, inciso LVII, "ninguém será considerado culpado até o trânsito em julgado de sentença penal condenatória". Esse dispositivo é o reflexo, na legislação, do princípio denominado "presunção de inocência", consagrado na doutrina jurídica democrática e atenta à proteção dos valores e direitos fundamentais da pessoa humana. Um fato trágico ocorrido recentemente na França e divulgado com certa ênfase pela imprensa, tanto pelos jornais quanto pela televisão, dá ensejo a que se verifique, pelo tratamento dado à matéria e pela linguagem utilizada, o estrito respeito da imprensa francesa pelo princípio da presunção da inocência, em contraste com o que frequentamente se verifica na imprensa brasileira.
É interessante observar, antes de tudo, que no caso da França o respeito à presunção de inocência tem um significado histórico. A Constituição francesa atual, que é de 1958, não contém um dispositivo expresso sobre esse princípio, mas deixa claro o seu acolhimento quando estabelece, no Preâmbulo, que o povo francês proclama solenemente sua vinculação aos Direitos Humanos definidos pela Declaração de 1789. E no artigo 9° dessa Declaração está expresso que toda pessoa será presumida inocente até que seja declarada culpada em julgamento regular. Assim, pois, é muito significativo que a imprensa de hoje demonstre estrito acatamento a um princípio enunciado em 1789.
O fato que dá ensejo a estas considerações ocorreu no dia 8 de janeiro de 2010, em local público e à luz do dia, não havendo dúvidas quanto aos seus contornos gerais. Dentro das dependências do Liceu Darius-Milhaud, escola de nível médio localizada na região parisiense, um aluno de 18 anos de idade esfaqueou um colega da mesma idade, que acabou falecendo num hospital poucas horas depois. Segundo depoimentos de outros colegas, o que originou a tragédia foi o fato de que a vítima namorava ou tentava namorar uma irmã do agressor, também aluna da mesma escola.
O cuidado da polícia
E aqui cabe a primeira observação quanto ao tratamento dado à matéria pela imprensa francesa. Em nenhum lugar foram usadas as palavras "crime" ou "assassinato" para noticiar a ocorrência. O fato tem sido referido como agressão ou drama e sem qualificativos. Em relação ao estudante que deu as facadas no colega, a imprensa sempre se refere ao "suposto" ou então "presumido" autor. Enquanto não houver uma decisão judicial afirmando sua culpa, ele será sempre referido como autor suposto ou presumido, jamais como criminoso ou culpado. E em nenhum lugar, em momento algum, apareceu o seu nome. A par disso, ele já foi ouvido pela polícia e isso foi noticiado, mas não foi mostrado pela televisão nem fotografado pelos jornais.
A televisão foi ao Liceu e entrevistou alguns alunos da escola, que se encontravam no local quando da ocorrência, e essas testemunhas informaram que foi usada uma faca de cozinha e manifestaram discretamente sua opinião sobre o motivo provável, sem usar qualquer qualificativo quanto aos fatos e seus participantes, limitando-se a informar que o agressor sempre foi pacífico e bem relacionado com os colegas. Em nenhum caso foi revelado o nome da testemunha. A polícia, numa nota sucinta e discreta distribuída à imprensa, informou que "o suposto agressor foi ouvido para verificação da ocorrência de homicídio voluntário". Uma pessoa morreu vítima de facadas. Houve, portanto, homicídio, mas só depois de concluído o processo judicial é que se poderá ter certeza quanto à intenção de matar e se saberá se o agressor estava em condições mentais que lhe permitissem controlar os seus atos e avaliar o seu significado. Daí, o cuidado da própria polícia, refletido no tratamento do caso dado pela imprensa, quanto à qualificação jurídica da ocorrência e do agressor.
Evitar antecipação de julgamentos
O fato não deixou de ser noticiado, com toda a ênfase justificada por seu significado humano e social. Dois ministros de Estado, o da Educação e o do Interior, foram ao Liceu conversar com os responsáveis pelo estabelecimento para ter informações precisas e avaliar os aspectos relacionados com a segurança nas escolas. Mas o drama humano e familiar, decorrente da morte trágica de um jovem e do envolvimento de um colega na ocorrência, perceptível nas entrelinhas, não teve tratamento escandaloso e sensacionalista, como, infelizmente, é muito comum na imprensa brasileira e, certamente, seria a linha adotada numa eventual ocorrência como essa.
Como fica evidente pelo tratamento dado ao caso pela imprensa francesa, o respeito ao princípio constitucional da presunção de inocência tem extraordinária importância pelos reflexos, de várias naturezas, no tratamento de uma ocorrência grave. O respeito a esse princípio não acarreta o cerceamento da liberdade de imprensa, não impede que a opinião pública seja informada e mesmo alertada quanto a possíveis riscos e, num sentido positivo, evita a antecipação de julgamentos e colocação injusta de estigmas em pessoas e famílias que, além de vitimadas por uma tragédia, passam a ser vítimas da curiosidade ou da execração pública.
A presunção de inocência
Por Dalmo de Abreu Dallari em 19/1/2010
(http://www.observatoriodaimprensa.com.br/artigos.asp?cod=573JDB003)
De acordo com o que dispõe a Constituição brasileira no artigo 5°, inciso LVII, "ninguém será considerado culpado até o trânsito em julgado de sentença penal condenatória". Esse dispositivo é o reflexo, na legislação, do princípio denominado "presunção de inocência", consagrado na doutrina jurídica democrática e atenta à proteção dos valores e direitos fundamentais da pessoa humana. Um fato trágico ocorrido recentemente na França e divulgado com certa ênfase pela imprensa, tanto pelos jornais quanto pela televisão, dá ensejo a que se verifique, pelo tratamento dado à matéria e pela linguagem utilizada, o estrito respeito da imprensa francesa pelo princípio da presunção da inocência, em contraste com o que frequentamente se verifica na imprensa brasileira.
É interessante observar, antes de tudo, que no caso da França o respeito à presunção de inocência tem um significado histórico. A Constituição francesa atual, que é de 1958, não contém um dispositivo expresso sobre esse princípio, mas deixa claro o seu acolhimento quando estabelece, no Preâmbulo, que o povo francês proclama solenemente sua vinculação aos Direitos Humanos definidos pela Declaração de 1789. E no artigo 9° dessa Declaração está expresso que toda pessoa será presumida inocente até que seja declarada culpada em julgamento regular. Assim, pois, é muito significativo que a imprensa de hoje demonstre estrito acatamento a um princípio enunciado em 1789.
O fato que dá ensejo a estas considerações ocorreu no dia 8 de janeiro de 2010, em local público e à luz do dia, não havendo dúvidas quanto aos seus contornos gerais. Dentro das dependências do Liceu Darius-Milhaud, escola de nível médio localizada na região parisiense, um aluno de 18 anos de idade esfaqueou um colega da mesma idade, que acabou falecendo num hospital poucas horas depois. Segundo depoimentos de outros colegas, o que originou a tragédia foi o fato de que a vítima namorava ou tentava namorar uma irmã do agressor, também aluna da mesma escola.
O cuidado da polícia
E aqui cabe a primeira observação quanto ao tratamento dado à matéria pela imprensa francesa. Em nenhum lugar foram usadas as palavras "crime" ou "assassinato" para noticiar a ocorrência. O fato tem sido referido como agressão ou drama e sem qualificativos. Em relação ao estudante que deu as facadas no colega, a imprensa sempre se refere ao "suposto" ou então "presumido" autor. Enquanto não houver uma decisão judicial afirmando sua culpa, ele será sempre referido como autor suposto ou presumido, jamais como criminoso ou culpado. E em nenhum lugar, em momento algum, apareceu o seu nome. A par disso, ele já foi ouvido pela polícia e isso foi noticiado, mas não foi mostrado pela televisão nem fotografado pelos jornais.
A televisão foi ao Liceu e entrevistou alguns alunos da escola, que se encontravam no local quando da ocorrência, e essas testemunhas informaram que foi usada uma faca de cozinha e manifestaram discretamente sua opinião sobre o motivo provável, sem usar qualquer qualificativo quanto aos fatos e seus participantes, limitando-se a informar que o agressor sempre foi pacífico e bem relacionado com os colegas. Em nenhum caso foi revelado o nome da testemunha. A polícia, numa nota sucinta e discreta distribuída à imprensa, informou que "o suposto agressor foi ouvido para verificação da ocorrência de homicídio voluntário". Uma pessoa morreu vítima de facadas. Houve, portanto, homicídio, mas só depois de concluído o processo judicial é que se poderá ter certeza quanto à intenção de matar e se saberá se o agressor estava em condições mentais que lhe permitissem controlar os seus atos e avaliar o seu significado. Daí, o cuidado da própria polícia, refletido no tratamento do caso dado pela imprensa, quanto à qualificação jurídica da ocorrência e do agressor.
Evitar antecipação de julgamentos
O fato não deixou de ser noticiado, com toda a ênfase justificada por seu significado humano e social. Dois ministros de Estado, o da Educação e o do Interior, foram ao Liceu conversar com os responsáveis pelo estabelecimento para ter informações precisas e avaliar os aspectos relacionados com a segurança nas escolas. Mas o drama humano e familiar, decorrente da morte trágica de um jovem e do envolvimento de um colega na ocorrência, perceptível nas entrelinhas, não teve tratamento escandaloso e sensacionalista, como, infelizmente, é muito comum na imprensa brasileira e, certamente, seria a linha adotada numa eventual ocorrência como essa.
Como fica evidente pelo tratamento dado ao caso pela imprensa francesa, o respeito ao princípio constitucional da presunção de inocência tem extraordinária importância pelos reflexos, de várias naturezas, no tratamento de uma ocorrência grave. O respeito a esse princípio não acarreta o cerceamento da liberdade de imprensa, não impede que a opinião pública seja informada e mesmo alertada quanto a possíveis riscos e, num sentido positivo, evita a antecipação de julgamentos e colocação injusta de estigmas em pessoas e famílias que, além de vitimadas por uma tragédia, passam a ser vítimas da curiosidade ou da execração pública.
Um bom debate
Postado por
Marcel
Postei aqui embaixo duas matérias que recebi hoje e ambas falam sobre a função do jornalista (numa delas, sobre o jornalista-fotográfico) quando acontece algo que envolva vidas.
Qual a função social do jornalismo: só documentar ou ajudar no resgate das vítimas? longe de querer chegar a um resultado final aqui, acho que só o fato de pararmos para pensar sobre o assunto já vale muito. E você, o que acha? Jornalistas, cinegrafistas e fotógrafos devem ajudar ou documentar?
Qual a função social do jornalismo: só documentar ou ajudar no resgate das vítimas? longe de querer chegar a um resultado final aqui, acho que só o fato de pararmos para pensar sobre o assunto já vale muito. E você, o que acha? Jornalistas, cinegrafistas e fotógrafos devem ajudar ou documentar?
POR CLICIO EM 17 DE JANEIRO, 2010
Haiti. Fotografar ou ajudar?
O recente terremoto no Haiti, considerado pela ONU a maior tragédia desde que a organização foi criada, levanta novamente a questão da função do fotojornalista de guerra e sua não-interferência com o "assunto".
Quando os fotógrafos de guerra começam a agir como os paparazzi das revistas de fofoca, e cercam vítimas já estressadas como aves de rapina, as perguntas começam a surgir:
Até onde o profissionalismo, a vaidade, a vontade de ganhar prêmios ou a simples morbidez são defensáveis quando abaixar a câmera e ajudar pode ser mais eficiente? O que é ser profissional em uma situação extrema como essa que o Haiti está vivendo?
Quando os fotógrafos de guerra começam a agir como os paparazzi das revistas de fofoca, e cercam vítimas já estressadas como aves de rapina, as perguntas começam a surgir:
Até onde o profissionalismo, a vaidade, a vontade de ganhar prêmios ou a simples morbidez são defensáveis quando abaixar a câmera e ajudar pode ser mais eficiente? O que é ser profissional em uma situação extrema como essa que o Haiti está vivendo?
A foto ao lado, realizada na África do Sul pelo fotojornalista Kim Ludbrook, acabou sendo motivo de umainflamada discussão no Festival de Perpignan em setembro de 2008, já que os jornalistas retratados admitiram que nem um deles presente se preocupou em perguntar ao gravemente ferido "assunto" se ele precisava de ajuda.
O que parece ser óbvio para todos, é motivo de reflexão para alguns.
Pois bem, o que aconteceu no Haiti é terrível, mas é hora de ajudar.
Sim, os fotojornalistas contratados, profissionais de jornais, revistas, sites e redes de televisão fazem o que tem que fazer, isto é, mostram o horror da situação e assim provocam uma reação positiva, estimulando doações e atitudes proativas por parte de governos, corporações e pessoas. O jornalismo desempenha um papel fundamental enquanto algo pode ser feito, e para mudar situações antes esquecidas.
O que assusta a todos, porém, é a quantidade de free-lancers, amadores, curiosos e aventureiros que estão indo, pretendem ir, ou já estão em Porto Príncipe, capital do Haiti.
O jornalista free-lancer pode ser aquele que, com a decadência do jornalismo impresso e consequentes demissões em massa, está fazendo o que os consultores indicaram; "se vira", faz a reportagem, traz as fotos e reza para alguém comprar. Geralmente um profissional das antigas, experiente, que faz seu trabalho com competência; difícil é vender a matéria, com a concorrência predadora no Haiti.
Pode, por outro lado, ser um fotógrafo independente (ou um coletivo), profissional, sensível, que mostra o que tem que ser mostrado com decência, com respeito, e ainda assim tocando o coração das pessoas para que ajudem a mudar a situação; o Ig e a Lou, do Lost Art, fizeram exatamente isso com "After the Fire", uma cobertura tocante do fogo que consumiu uma favela em São Paulo, no Dia das Crianças.
Mas também pode se auto-denominar free-lancer aquele "adrenalin freak" que quer trazer histórias de aventura para sua vida boring, e em seu fotoclube, ou fórum, ou Facebook, ou Twitter, manifestar sua pretensa coragem, seu egocentrismo, sua busca por fama. Não, não estou exagerando; conheço pessoalmente jovens brasileiros que nunca trabalharam na vida, de classe média alta, e que foram para zonas de conflito no oriente médio, devidamente paramentados, levando várias câmeras, lentes e coletes para justificar sua existência medíocre e entediante. Não trouxeram uma foto decente, mas quanta história…
Por outro lado, mesmo o mais experiente fotojornalista profissional geralmente tem consciência social, compaixão, e frequentemente deixa de fotografar para ajudar; um exemplo clássico é o do grupo formado por Timothy Fadek, Kai Wiedenhöfer; os fotógrafos Chris Anderson, Thomas Dworzak and Paolo Pellegrin da Magnum; Kevin Sites do Yahoo! News, Wael Ladki do Líbano, Lefteris Pitarakis da Associated Press, e vários jornalistas turcos que carregaram nas costas civis feridos e idosos nos bombardeios das cidades de Bint Jbeil e Aitaroun, em 2006, deixando de lado suas câmeras. Claro, é uma regra não-escrita do jornalismo não interferir nas cenas fotografadas, mas o limite é o da decência humana.
A discussão só cresce; "A pack of war paparazzi" (uma matilha de paparazzis de guerra) diz o site DVAFOTO sobre a quantidade de jornalistas em zonas de conflito; em outro post, mais recente, fala "Like moths in a flame" (como mariposas na lâmpada), especificamente sobre o Haiti; a jornalista Jay Newton-Small, que está trabalhando em Porto Principe, afirma no Twitter que os haitianos não precisam de mais jornalistas nem fotógrafos, querem sim médicos, água potável e comida.
Uma excelente forma de se entender o assunto é lendo o post de Dee Xtrovert que descreve o que ele passou em Sarajevo durante a guerra com a Sérvia; voluntários aos montes, sem treino, ocupando espaço em abrigos já escassos, se alimentando de comida e água não-existentes, sem falar o básico da língua do país em que estavam, e na realidade sendo uma pesada carga a mais para os que ali tentavam sobreviver.
Me parece lógico; se não puder ajudar, não atrapalhe; se não quer cavar com as mãos concreto despedaçado em meio a poeira e cheiro insuportável, e não tiver um contrato firme para publicar o material (ou seja, se não é um fotógrafo profissional de hard news), por favor; faça um cheque e o envie a qualquer uma das inúmeras organizações sérias de apoio e ajuda internacional ao Haiti, como a Cruz Vermelha.
Não tem dinheiro? Doe sangue.
Mas insisto: não leve sua câmera para passear em um país devastado pela tragédia.
Não é um show da Broadway; não é um filme de Hollywood; é a dura realidade do país mais pobre do hemisfério ocidental.
Por favor, deixe sua impressão abaixo; você iria para o Haiti? Para que?
O que parece ser óbvio para todos, é motivo de reflexão para alguns.
Pois bem, o que aconteceu no Haiti é terrível, mas é hora de ajudar.
Sim, os fotojornalistas contratados, profissionais de jornais, revistas, sites e redes de televisão fazem o que tem que fazer, isto é, mostram o horror da situação e assim provocam uma reação positiva, estimulando doações e atitudes proativas por parte de governos, corporações e pessoas. O jornalismo desempenha um papel fundamental enquanto algo pode ser feito, e para mudar situações antes esquecidas.
O que assusta a todos, porém, é a quantidade de free-lancers, amadores, curiosos e aventureiros que estão indo, pretendem ir, ou já estão em Porto Príncipe, capital do Haiti.
O jornalista free-lancer pode ser aquele que, com a decadência do jornalismo impresso e consequentes demissões em massa, está fazendo o que os consultores indicaram; "se vira", faz a reportagem, traz as fotos e reza para alguém comprar. Geralmente um profissional das antigas, experiente, que faz seu trabalho com competência; difícil é vender a matéria, com a concorrência predadora no Haiti.
Pode, por outro lado, ser um fotógrafo independente (ou um coletivo), profissional, sensível, que mostra o que tem que ser mostrado com decência, com respeito, e ainda assim tocando o coração das pessoas para que ajudem a mudar a situação; o Ig e a Lou, do Lost Art, fizeram exatamente isso com "After the Fire", uma cobertura tocante do fogo que consumiu uma favela em São Paulo, no Dia das Crianças.
Mas também pode se auto-denominar free-lancer aquele "adrenalin freak" que quer trazer histórias de aventura para sua vida boring, e em seu fotoclube, ou fórum, ou Facebook, ou Twitter, manifestar sua pretensa coragem, seu egocentrismo, sua busca por fama. Não, não estou exagerando; conheço pessoalmente jovens brasileiros que nunca trabalharam na vida, de classe média alta, e que foram para zonas de conflito no oriente médio, devidamente paramentados, levando várias câmeras, lentes e coletes para justificar sua existência medíocre e entediante. Não trouxeram uma foto decente, mas quanta história…
Por outro lado, mesmo o mais experiente fotojornalista profissional geralmente tem consciência social, compaixão, e frequentemente deixa de fotografar para ajudar; um exemplo clássico é o do grupo formado por Timothy Fadek, Kai Wiedenhöfer; os fotógrafos Chris Anderson, Thomas Dworzak and Paolo Pellegrin da Magnum; Kevin Sites do Yahoo! News, Wael Ladki do Líbano, Lefteris Pitarakis da Associated Press, e vários jornalistas turcos que carregaram nas costas civis feridos e idosos nos bombardeios das cidades de Bint Jbeil e Aitaroun, em 2006, deixando de lado suas câmeras. Claro, é uma regra não-escrita do jornalismo não interferir nas cenas fotografadas, mas o limite é o da decência humana.
A discussão só cresce; "A pack of war paparazzi" (uma matilha de paparazzis de guerra) diz o site DVAFOTO sobre a quantidade de jornalistas em zonas de conflito; em outro post, mais recente, fala "Like moths in a flame" (como mariposas na lâmpada), especificamente sobre o Haiti; a jornalista Jay Newton-Small, que está trabalhando em Porto Principe, afirma no Twitter que os haitianos não precisam de mais jornalistas nem fotógrafos, querem sim médicos, água potável e comida.
Uma excelente forma de se entender o assunto é lendo o post de Dee Xtrovert que descreve o que ele passou em Sarajevo durante a guerra com a Sérvia; voluntários aos montes, sem treino, ocupando espaço em abrigos já escassos, se alimentando de comida e água não-existentes, sem falar o básico da língua do país em que estavam, e na realidade sendo uma pesada carga a mais para os que ali tentavam sobreviver.
Me parece lógico; se não puder ajudar, não atrapalhe; se não quer cavar com as mãos concreto despedaçado em meio a poeira e cheiro insuportável, e não tiver um contrato firme para publicar o material (ou seja, se não é um fotógrafo profissional de hard news), por favor; faça um cheque e o envie a qualquer uma das inúmeras organizações sérias de apoio e ajuda internacional ao Haiti, como a Cruz Vermelha.
Não tem dinheiro? Doe sangue.
Mas insisto: não leve sua câmera para passear em um país devastado pela tragédia.
Não é um show da Broadway; não é um filme de Hollywood; é a dura realidade do país mais pobre do hemisfério ocidental.
Por favor, deixe sua impressão abaixo; você iria para o Haiti? Para que?
Update 01: Não sei o que vocês vão achar, mas o fotojornalista Andy Levin está com um workshop marcado para dia 2 de fevereiro, no Haiti. Diz que "ainda há vagas".
Valor da inscrição: U$ 1.500
O fotógrafo defende sua posição e insiste em que esta é uma "oportunidade" para seus alunos.
O link foi postado no Twitter pelo Ignacio, Lost.Art:http://duckrabbit.info/blog/2010/01/have-100-eyes-lost-the-plot/
Valor da inscrição: U$ 1.500
O fotógrafo defende sua posição e insiste em que esta é uma "oportunidade" para seus alunos.
O link foi postado no Twitter pelo Ignacio, Lost.Art:http://duckrabbit.info/blog/2010/01/have-100-eyes-lost-the-plot/
TERREMOTO NO HAITI Jornalistas não são pedras Por Leticia Nunes, de Nova York em 19/1/2010 | |
É enorme a chance de um jornalista que cobre um desastre como o do Haiti sentir-se impelido a ajudar as vítimas que agonizam à sua frente. Sua missão de testemunhar e reportar um fato com isenção, de ser uma figura neutra, de respeitar a ética da profissão, perde-se em questão de segundos diante da possibilidade concreta de ajudar o outro, e por um motivo óbvio: o jornalista é humano. Na semana passada, o neurocirurgião Sanjay Gupta, correspondente médico da rede americana CNN, foi bastante criticado por examinar um bebê de 15 dias diante das câmeras. Gupta contou aos telespectadores, enquanto andava rapidamente por uma rua de Porto Príncipe, que haviam lhe chamado para ajudar a criança, atingida na cabeça no momento do terremoto de terça-feira (12/1). A mãe morreu, e o pai segurava o bebê com uma expressão confusa, como se ainda não tivesse lhe caído a ficha sobre o que acabara de passar. O médico pega a criança, examina seus movimentos, verifica a possibilidade de alguma fratura no crânio e faz um curativo na ferida da cabeça. "Certamente há casos em que um jornalista qualificado pode e deve fornecer assistência médica quando a necessidade é imediata e séria", afirma o professor Bob Steele, do Instituto Poynter. "O problema no caso do doutor Gupta é que ele já fez isso em diversas ocasiões no Iraque e agora no Haiti. Se é imperativo que ele intervenha como médico, que saia de seu papel jornalístico e o faça. Não se pode é colocá-lo para cobrir as mesmas pautas das quais participa. Isso confunde a reportagem jornalística e embaça a lente da observação independente", defende Steele. Ele também acusou a CNN de fazer marketing com o vídeo, ao exibi-lo diversas vezes na TV e dar destaque a ele na internet. "Francamente, não é uma grande história", justifica. Para Gupta, não há um conflito ético em usar seus conhecimentos médicos durante as pautas que cobre. Em 2003, ao acompanhar uma unidade médica da Marinha americana no Iraque, o correspondente realizou cinco cirurgias. Na semana passada, ele escreveu em seu perfil no Twitter que é um repórter, mas, em primeiro lugar, é um médico. "Muitos me perguntaram: é claro que, se preciso, irei ajudar as pessoas com meus conhecimentos de neurocirurgião", afirmou. Resgate No fim da semana passada, outro caso rompeu a neutralidade jornalística. Integrantes de duas equipes de TV australianas deixaram a rivalidade de lado para resgatar um bebê preso nos escombros. A menina estava deitada junto aos corpos dos pais, que morreram no terremoto, quando o cinegrafista Richard Moran, que trabalha para a emissora Nine Network, ouviu seu choro. Moran largou sua câmera e começou a retirar pedaços de concreto do caminho, enquanto o intérprete Deiby Celestino tentava encontrar a criança. As imagens do resgate foram feitas pela maior concorrente da Nine, a emissora Seven. "Das ruínas, surgiu esta pequena menina, e eu nunca vou esquecer. Ela não chorou. Ela olhava assustada, como se estivesse vendo o mundo pela primeira vez", contou o repórter Robert Penfold, da Nine. As imagens, que rodaram o mundo, mostram ainda o correspondente da Seven, Mike Amor, segurando a criança e lhe dando água. "Naquele momento, era maior do que o jornalismo", disse Amor. "Eu não via nada tão extraordinário desde o nascimento de meu próprio filho. A emoção, para todos nós, foi inacreditável." O caso do resgate feito pelos australianos é diferente da consulta médica realizada por Sanjay Gupta e talvez se encaixe na classificação de "aceitável" pelos críticos, já que se tratava de uma emergência. Ainda assim, eles poderiam questionar se não havia mais ninguém no local para socorrer a criança, se era realmente necessário que um cinegrafista largasse sua câmera, e mais um milhão de "ses". Fato é que o manual ético se perde em meio a uma situação extraordinária, e é muito difícil criticar uma decisão como a dos correspondentes envolvidos sem ver a destruição que viram de perto – desprotegidos do filtro da TV – com todos os seus odores nauseantes e sons desesperadores. Os jornalistas tinham a obrigação, como jornalistas, de resgatar a menina dos escombros? Não. Mas o fizeram, e salvaram uma criança. Sanjay Gupta tinha a obrigação, em seu papel de correspondente, de examinar o recém-nascido e fazer um curativo limpo em sua cabeça? Não. Mas o fez, e um pai, que de outra maneira não teria ajuda médica, respirou aliviado. Esperar que não se viole normas éticas em situações como a do Haiti é acreditar que jornalistas são simples pedras, desprovidos de sentimentos ou emoções. Com informações da AFP [18/1/10] e do Los Angeles Times [14/1/10] |
sexta-feira, janeiro 15, 2010
Cultivava marijuana, mas para as galinhas
Postado por
Marcel
Matéria publicada no jornal italiano Corriere della Sera
Denunciado um camponês de 82 anos. O advogado: não é um apaixonado por droga, se trata de uma prática antiga
Cultivava marijuana na sua horta, mas era destinada às galinhas. Se defendeu assim um camponês de 82 anos de Perfine Valsugana (Trento), denunciado e processado. A defesa quer demostrar que o ancião não é um usuário de droga e que "cultivava a planta para dar de comer às galinhas", usando a cannabis sativa, como se fazia antigamente nos vales trentinos, tanto para substituir a fibra de algodão, como remédio biológico antiparasita, como também para alimentar os animais de capoeira.
Disciplina Rígida - O caso - como divulgaram Corriere del Trentino e Adige - é um problema do ponto de vista penal porque há uma rígida disciplina na matéria, que não distinque entre quem cultiva cannabis para o uso de drogas e aquele que o faz por motivos análogos àqueles do cidadão trentino ou por motivos científicos.
A denúncia da presença suspeita da planta ilegal cultivada ao lado da alface e tomate foi feita por um vizinho que relatou o caso à guarda de finanza que, depois de verificar o fato, relatou à autoridade judiciária.
666
Postado por
Marcel
Há dias que essa música me segue. Hoje tive um tempinho para sentar em frente ao computador e curtir esse clássico do Iron Maiden. Curto duas vezes: a música em si e ao relembrar esse show do Rock in Rio. Eu tive o privilégio de estar por lá. E como pulei e cantei. Um dos - senão o melhor - melhores shows que vi até hoje. O carioca tem uma relação íntima com Iron Maiden pelo fato do Eddie (esse monstro do Iron) ser mascote da torcida do Vasco (http://www.fjvasco.com.br/historiaeddie.htm). Então, a torcida inteira já curte, fora os caras que gostam de rock. O resultado não poderia ser outro: um show espetacular. Aqui fica uma pequena - mas importante - parte dessa apresentação que, para mim, ficou na história.
terça-feira, janeiro 05, 2010
Especialização em Divulgação da Ciência recebe inscrições para 2010
Postado por
Marcel
O curso de pós-graduação lato sensu em Divulgação da Ciência, da Tecnologia e da Saúde, é voltado a profissionais de diversas áreas envolvidos na divulgação científica, como museólogos, comunicadores, jornalistas, cientistas, educadores, sociólogos, cenógrafos, produtores culturais, professores de ciências e outros.
O curso, com duração de aproximadamente um ano, tem como objetivo oferecer formação profissional e acadêmica para o desenvolvimento da divulgação da ciência, da tecnologia e da saúde. As aulas, em sua maioria, acontecem no campus da Fundação Oswaldo Cruz, em Manguinhos. O preço da inscrição é de R$ 50, mas o curso é gratuito.
Esta é a segunda turma do curso, iniciado em 2009 como resultado da colaboração entre Museu da Vida/Casa de Oswaldo Cruz/Fiocruz, Casa da Ciência/Universidade Federal do Rio de Janeiro, Fundação Cecierj e Museu de Astronomia e Ciências Afins, com apoio da Rede de Popularização da Ciência e da Tecnologia da América Latina e do Caribe (Red-Pop), da Associação Brasileira de Centros e Museus de Ciência e do Departamento de Popularização e Difusão da Ciência e Tecnologia/Secretaria de Ciência e Tecnologia para a Inclusão Social/Ministério da Ciência e Tecnologia.
As inscrições estão abertas até 22 de fevereiro.
Mais informações pelo fone (21) 3865-2234 ou site www.museudavida.fiocruz.br/lato
O curso, com duração de aproximadamente um ano, tem como objetivo oferecer formação profissional e acadêmica para o desenvolvimento da divulgação da ciência, da tecnologia e da saúde. As aulas, em sua maioria, acontecem no campus da Fundação Oswaldo Cruz, em Manguinhos. O preço da inscrição é de R$ 50, mas o curso é gratuito.
Esta é a segunda turma do curso, iniciado em 2009 como resultado da colaboração entre Museu da Vida/Casa de Oswaldo Cruz/Fiocruz, Casa da Ciência/Universidade Federal do Rio de Janeiro, Fundação Cecierj e Museu de Astronomia e Ciências Afins, com apoio da Rede de Popularização da Ciência e da Tecnologia da América Latina e do Caribe (Red-Pop), da Associação Brasileira de Centros e Museus de Ciência e do Departamento de Popularização e Difusão da Ciência e Tecnologia/Secretaria de Ciência e Tecnologia para a Inclusão Social/Ministério da Ciência e Tecnologia.
As inscrições estão abertas até 22 de fevereiro.
Mais informações pelo fone (21) 3865-2234 ou site www.museudavida.fiocruz.br/lato
Miami Herald festeja doações em dinheiro dos leitores on-line
Postado por
Marcel
Por Marcos Moura
(http://www.nosdacomunicacao.com/panorama_interna.asp?panorama=667&tipo=A)
O ano que começa poderá ser um divisor de águas na relação entre leitores e jornais pelo mundo inteiro. A explosão de conteúdos na internet e a queda das receitas publicitárias em veículos impressos obrigam as empresas tradicionais a buscarem novas fórmulas econômicas para que o negócio continue a existir.
O tradicional jornal norte-americano 'Miami Herald', fundado em 1903, começou em meados de dezembro uma campanha pedindo doações aos próprios leitores. Em sua página na internet, no fim de cada texto, a
empresa lembra ao usuário que se ele 'valoriza as reportagens locais e investigativas do jornal, mas prefere lê-las com a comodidade da internet, poderia considerar um pagamento voluntário no site'. O leitor pode fazer a doação via cartão de crédito. Confira o link no 'Mais na web'.
(http://www.nosdacomunicacao.com/panorama_interna.asp?panorama=667&tipo=A)
O ano que começa poderá ser um divisor de águas na relação entre leitores e jornais pelo mundo inteiro. A explosão de conteúdos na internet e a queda das receitas publicitárias em veículos impressos obrigam as empresas tradicionais a buscarem novas fórmulas econômicas para que o negócio continue a existir.
O tradicional jornal norte-americano 'Miami Herald', fundado em 1903, começou em meados de dezembro uma campanha pedindo doações aos próprios leitores. Em sua página na internet, no fim de cada texto, a
empresa lembra ao usuário que se ele 'valoriza as reportagens locais e investigativas do jornal, mas prefere lê-las com a comodidade da internet, poderia considerar um pagamento voluntário no site'. O leitor pode fazer a doação via cartão de crédito. Confira o link no 'Mais na web'.
Segundo o editor-executivo do 'Herald', Anders Gyllenhaal, o resultado até o momento é um 'fluxo animador de doações', com a ajuda variando entre R$ 4 e R$ 96. Uma assinatura do jornal em papel por cinco semanas custa cerca de R$ 25, enquanto a on-line, com a mesma duração, sai por cerca de R$ 9.
Gyllenhaal comemora ainda que a iniciativa do 'Herald', a primeira do gênero nos Estados Unidos, fez com que se ampliasse a discussão sobre a questão do conteúdo jornalístico na internet, que caminhava para
apresentar apenas um modelo de negócio: o do conteúdo pago compulsoriamente.
apresentar apenas um modelo de negócio: o do conteúdo pago compulsoriamente.
Quem é o dono de uma entrevista?
Postado por
Marcel
Postado no Observatório da Imprensa por Carlos Castilho
Em outubro do ano passado dei uma entrevista por email para um aluno de faculdade de jornalismo e, ao finalizar, perguntei se poderia reproduzir o texto aqui no Código. A resposta foi negativa, fiquei meio confuso mas só dois meses depois é que dei conta de todas as implicações da questão.
Agora em dezembro, o jornalista inglês Paul Bradshaw reproduziu uma experiência pessoal quase idêntica e que tem a ver com uma nova situação criada pela internet na controvertida questão do direito de autoria. Trata-se de uma polêmica que ainda vai der muito pano para manga.
Tudo porque estão em jogo duas visões diferentes sobre um mesmo fato, ou situação. O entrevistado acha que é o dono de tudo porque afinal de conta as idéias, reflexões, experiências, percepções e opiniões são fruto de sua realidade pessoal. Já o jornalista está convencido de que a partir do momento em que ele colocou no papel ou transmitiu pela rádio e TV, ele passa a ser o proprietário dos direitos autorais do
produto final, mesmo citando as fontes.
As duas partes esgrimem argumentos lógicos. O entrevistado por razões óbvias, já que ele só foi consultado porque acumulou um conhecimento fruto de seu trabalho pessoal. Se ele publicar tudo num livro, ele tem
os direitos absolutos sobre a obra.
Já o repórter justifica sua negativa de reprodução alegando que ele o dono das perguntas, da idéia da entrevista e principalmente de sua edição, o que configuraria uma obra com características próprias e também pessoais.
Esta questão do direito de publicação pelo autor de entrevistas ou declarações dadas a terceiros está se tornando cada dia mais importante porque, além da autoria, também está em jogo o problema do
contexto. O jornalista faz entrevistas que depois podem ser usadas em contextos informativos bem diferentes dos imaginados pelos entrevistados.
Assim, por exemplo, cresce a cada dia o número de órgãos governamentais que publicam em seus sites corporativos entrevistas e comunicados distribuídos à imprensa em geral. O caso do blog da Petrobras ainda está na memória de todos nós, em especial a reação dos grandes jornais brasileiros.
Grande parte da dimensão adquirida pela questão é uma conseqüência do desejo de ter o controle sobre conteúdos informativos, seja pelo entrevistado ou pelo entrevistador. Desejo este que pode ter
motivações econômicas ou políticas.
No meu caso era o de disponibilizar para os leitores do Código uma reflexão que produzi para um estudante de jornalismo preparando o seu trabalho de conclusão de curso e que provavelmente seria lida apenas
pela banca examinadora.
Enquanto a questão for vista pelo lado do controle e de seus interesses implícitos vai ser quase impossível chegar a um denominador comum. Há até a possibilidade de situações esdrúxulas como o repórter ter o direito sobre as perguntas e o entrevistado sobre as respostas.
É algo kafkiano porque numa entrevista - seja ela escrita, em áudio ou em vídeo - é impossível separar as partes. É por isto que cresce a cada dia a percepção de que, pelo menos no caso de uma entrevista, ninguém teria direito a nada. O entrevistado porque esta dando um esclarecimento ao público e não ao repórter.
Este, por seu lado, assume na função jornalística, o papel de representante do leitor, ouvinte ou espectador.
Se tomarmos o público como referência, a polêmica deixa de existir porque tanto o entrevistado como o entrevistador estão prestando um serviço a terceiros. Mas como a maioria dos jornalistas assume que é
dono daquilo que publica, as fontes de informação começam a reivindicar o mesmo direito na medida em que descobrem que também podem publicar o que querem na internet. Daí o impasse.
domingo, janeiro 03, 2010
Dicas de blogs
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Marcel
Estou interessado em renovar/ampliar a leitura de blogs que acompanho. Alguém aí tem alguma sugestão boa? Aproveitando a deixa, fica aqui o link para o ranking do Top 100 dos blogs brasileiros, segundo o Technorati. http://www.interney.net/?p=9759413
Meus patins
Postado por
Marcel
Pretendo começar e finalizar o ano de 2010, literalmente, com rodinhas no pé. Estou em busca de um patins. Não desses in-line, que são difíceis de ficar equilibrado, mas daqueles modelos antigos, com rodas paralelas e que são mais fáceis de parar em pé. Andei muito de patins quando era criança. Aprendi a andar em um rinque que ficava ao lado da praça do canhão, em Sorocaba. Toda vez que vinha passar minhas férias na casa de meus avós em Sorocaba, eu ia para o rinque. Com uma pista apropriada, lá eu saltava cones, pessoas e fazia peripécias que só crianças e adolescentes conseguem fazer, enquanto não criam barriga.
Meus patins tiveram alguma serventia até meus pés ficarem grandes. Com botas feitas exclusivamente para meu tamanho, assim que cresci, perdi os patins e a habilidade de andar neles. Vinte e tantos anos depois, a vontade de me arriscar novamente sobre as quatro rodinhas veio logo na primeira vez que fui ao Extra e vi os atendentes para lá e para cá com seus ágeis patins.
E neste final de ano resolvi comprar o meu novo patins. Já vi uma loja em São Paulo que faz sob encomenda e, em breve, pretendo comprá-los. Fico receoso com os tombos que virão. Mas acho que o prazer de patinar e a falta de medo de levantar do tombo e recomeçar me fazem ir adiante nesta nova ideia, neste novo hobby. Em breve conto no que deu.
sábado, janeiro 02, 2010
O gato mergulhador
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Marcel
Todo gato tem medo de água?? Esse não. O gato é de um mergulhador que criou um equipamento para o bichano e o gato acaba mergulhando com o cara. Fiquei impressionado com a tranquilidade do gato dentro da água. Já vi muito marmanjo se desesperar só de colocar a cabeça dentro da água e o bichano aí pelo jeito nasceu para ser peixe.
Sorrir é preciso
Postado por
Marcel
Para começarmos o ano novo rindo, coloco aqui alguns vídeos que mostram algumas falhas engraçadas. Impossível não rir com algum deles. Qual vocês acham o melhor?
Ação Policial
O motoqueiro
Biafra e o Parapente
A múmia
Ação Policial
O motoqueiro
Biafra e o Parapente
A múmia
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