quarta-feira, setembro 29, 2010

Muitos doutores, pouca inovação

Por Thiago Romero, da Assessoria de Imprensa da SBPC

Brasil forma 12 mil doutores por ano e taxa de empregabilidade é de 75%, mas esses profissionais ainda não estão gerando inovação tecnológica enquanto negócio nas empresas.

O Brasil vem construindo um dos sistemas mais robustos de Educação Superior e de Ciência e Tecnologia (C&T) do mundo, mas ainda não está conseguindo apropriar-se amplamente desta conquista. Isso por conta de um grande descompasso entre a baixa capacidade de inovação das empresas e a alta competência científica das universidades brasileiras, mensurada pela crescente formação de alunos de pós-graduação, especialmente doutores.

O cenário foi apresentado na conferência "Mercado de Trabalho Para Recém-Doutores", proferida por José Oswaldo Siqueira, do Conselho Nacional de Desenvolvimento Cientifico e Tecnológico (CNPq), na manhã desta terça-feira (28/9), na Reunião Regional da SBPC em Lavras (MG).

O docente da Universidade Federal de Lavras (Ufla), que falou sobre o papel das universidades no desenvolvimento tecnológico nacional, explicou que a pesquisa acadêmica contribui com novas descobertas, teóricas ou empíricas, mas raramente gera invenções específicas.

Atualmente no Brasil, explicou, é alta a demanda por doutores no mercado de trabalho.

"Formamos, por ano, quase 12 mil doutores no Brasil e publicamos cerca de 40 mil artigos em revistas especializadas. A taxa de empregabilidade desses doutores é da ordem de 75%, sendo que os setores público e o da educação são os principais empregadores. Temos um mercado potencial para os doutores no país, mas eles ainda não estão fazendo pesquisa e desenvolvimento (P&D) que gere inovação tecnológica enquanto negócio nas empresas", apontou.

Siqueira divulgou um levantamento que mostra uma realidade inversa. De uma amostra de 3 mil empresas situadas no Vale do Silício, nos Estados Unidos, apenas 20 utilizaram tecnologias obtidas na academia, mais especificamente na Universidade de Stanford. "Em linhas gerais, apenas 10% dos novos produtos ou processos introduzidos pelas empresas americanas têm contribuição imediata de pesquisas acadêmicas", disse.

Os países desenvolvidos formam entre 30 e 45 mil doutores por ano e a grande parte é empregada no setor privado. Nos Estados Unidos, cerca de 90% das inovações nascem nas empresas a partir de investimentos próprios em P&D.

"A grande questão é que a maioria dos pós-graduandos brasileiros ainda dá preferência por carreiras nas universidades. A formação de tantos doutores e as altas taxas de empregabilidade no Brasil ainda não resultam em inovação porque esses profissionais ainda não estão nas empresas. Somente 8,4% dos grupos de pesquisa do CNPq relatam relacionamento com empresas", afirmou.

Além da falta de interesse dos recém-doutores, Siqueira apontou outras três causas da baixa quantidade de doutores nas empresas brasileiras: fraca visão estratégica para pesquisa e desenvolvimento (P&D) dos empresários, perfil de formação acadêmica dos doutores é muito restrito e custo elevado para contratação desses profissionais.

terça-feira, setembro 28, 2010

"Morte" de senador foi o tiro no pé

Por Rogério Christofoletti no site Observatório da Imprensa

A tuitosfera brasileira convulsionou na noite da sexta-feira (24/9). O gatilho foi a publicação da notícia sobre a morte do senador Romeu Tuma pelos principais portais da internet. Em minutos, soube-se que não passava de um erro e que o senador – internado por doença – tentava se recuperar. Em minutos também, o tema entrou para os Trending Topics no país, o que equivale a dizer que era dos mais comentados no Twitter.

É claro que o equívoco não é o primeiro da internet nacional. Infelizmente, não será o último. Tudo por uma simples razão: embora o jornalismo ganhe com novas possibilidades tecnológicas, ainda carece de mecanismos de controle de qualidade da informação. Quer dizer, contas no Twitter auxiliam na propagação rápida das notícias funcionando como alertas informativos, mas ficam restritas a isso; não impedem que erros sejam cometidos. Podem até tentar atenuar as consequências de algum deslize, mas é como tentar segurar um punhado de areia com os dedos...

Foi o caso da Folha.com, de onde teria partido a informação falsa da morte de Tuma. O anúncio foi publicado no portal às 19h29, e em seguida, retirado. A editora do caderno "Poder", Vera Magalhães, apressou-se em pedir desculpas pelo Twitter:

CORREÇÃO A Folha.com errou: o senador Romeu Tuma não morreu e permanece internado http://is.gd/frnjg

Entretanto, a tentativa de correção veio quase duas horas depois do alarde, o que é uma eternidade na internet.

Velocidade e fidedignidade

O que está em jogo aqui? Diversas coisas, inclusive algumas muito caras ao jornalismo, como a sua credibilidade. A internet em geral e as redes sociais em particular trouxeram grandes possibilidades para o setor jornalístico, e não se pode retroagir. No entanto, a mesma pressa para difundir informações tem que acompanhar a preocupação com retificações e retratações. Está aí embutido um compromisso ético entre o jornalista, seu veículo e o público.

O leitor delega ao profissional e ao meio as funções de apurar informações e abastecê-lo com notícias. O erro faz parte da atividade humana, e ninguém está livre dele. A pressa apenas amplia a sua ocorrência. Os portais noticiosos devem se manter ágeis na difusão das notícias, mas isso implica assumir riscos maiores. Não basta assumir os riscos, é preciso ter mecanismos de controle de qualidade que primeiro, reduzam a margem do erro e, segundo, diminuam os danos de eventuais erros.

É esperar muito? Não. Não é. É apenas esperar que um veículo informe com correção e precisão, nada além do que já se esperava do jornalismo antes da internet. Se os veículos da web não podem oferecer isso, não merecem a atenção do público, não contam com a credibilidade mínima para se manterem no negócio.

É preciso sacrificar a velocidade para se ter informações mais corretas e precisas? Talvez, talvez.

quinta-feira, setembro 23, 2010

Visita à Igreja de João de Camargo acontece neste sábado


A Prefeitura de Sorocaba, por meio da Secretaria de Cultura e Lazer, promove neste sábado (25), das 15h às 17h, mais uma edição do projeto Passeios Culturais. A visita neste dia será na Igreja de João de Camargo, na Av. Barão de Tatuí, 1.083, no Vergueiro.

“O projeto é desenvolvido pela Biblioteca Infantil em conjunto com o Museu Histórico Sorocabano. O objetivo é sensibilizar o olhar dos participantes para aspectos ligados à cultura e à história de nosso povo, presentes nos locais visitados”, explica o secretário Anderson Santos.

Segundo José Rubens Incao, um dos coordenadores do passeio, mais do que contar a história, a intenção é despertar a consciência de que o passado, o presente e o futuro coexistem num mesmo espaço. “Estamos vivendo sobre diversas camadas do passado, trabalhando a matéria da qual somos portadores por herança cultural e, com ela, temos a possibilidade de projetar o futuro”, explica.

Um bom exemplo é a figura de João de Camargo. Escravo negro, filho de uma escrava negra, benzedeira, nascido em 1858, em Sarapuí (SP), veio para Sorocaba após a abolição em busca de sustento. Trabalhou para diversas famílias em serviços gerais quando, ao retornar do trabalho numa noite de tempestade em 1906 teve, segundo a tradição, a visão do menino Alfredinho, de Monsenhor João Soares do Amaral, que o orientou a erguer uma igreja e auxiliar as pessoas.

Os interessados em participar deste Passeio Cultural devem ligar para 3231.5723, na Biblioteca Infantil, para fazer a inscrição. O encontro do grupo será em frente à Capela de João de Camargo. Ao final, haverá apresentação da Corporação Musical Francisco Dimas de Mello, cujo patrono, Dimas de Mello, foi um dos maestros da Corporação Musical São Luís, da Igreja de João de Camargo.

João de Camargo 


O modesto ex-escravo assim o fez. Com o auxílio de familiares e de pessoas simples, ergueu a capela que até hoje atrai gente de todo o Brasil e do exterior. Foi perseguido. Sua igreja, por diversas vezes, foi fechada. Ele foi preso e processado, mas resistiu e continuou humildemente o seu trabalho de auxiliar a todos, sem nada cobrar.

João de Camargo
A Igreja teve também uma Corporação Musical, que se apresentava nas festas e cultos. Teve ainda uma Escola Mista anexa, um 'hotel' para abrigar aqueles que vinham de longe e uma caixa postal que superava qualquer outra da região em número de recebimento de correspondência pedindo auxílio. Atualmente, a capela tem em seu interior uma profusão de imagens, fotos, pinturas, símbolos coexistindo harmoniosamente.

João de Camargo morreu em 28 de setembro de 1942 e até hoje a Igreja atrair expressivo número de pessoas, assim como é grande o número de visitantes em túmulo, que fica no Cemitério da Saudade. E com um detalhe: João de Camargo tem seguidores em todo o mundo sem nunca ter recorrido ao poder da mídia que, na época em que ainda era vivo, pouco ou nada foi divulgado sobre ele.

Esse povo, anônimo, humilde, continua frequentando a Capela de João de Camargo, a buscar alento, a fazer suas devoções, a agradecer pelo que recebeu. E esse número de pessoas só tem aumentado. Não é apenas um saudosismo daqueles que o conheceram em vida: é tradição! É fé!

“Podemos acreditar ou não em suas obras, podemos concordar ou não com sua Igreja, mas um sentimento é comum a todos em relação a João de Camargo: respeito pelo que ele foi, por sua dedicação, por sua vida. E esse sentimento já basta para a sua projeção e permanência no futuro”, conclui José Rubens.

terça-feira, setembro 21, 2010

O rato que morreu no show do Ratos

Cartum feito por Edra - "Rato Mattias"
Neste domingo, presenciei uma história, no mínimo, curiosa. Isso pra não dizer maluca. Fui assistir ao show da banda Ratos de Porão no bar Asteróide, aqui em Sorocaba. Não sou fã de carteirinha dos caras, mas sempre curti uma música e outra.

Enquanto estava na fila, à espera que o portão da casa se abrisse, um grupo punk - uns seis ou sete - conversava e bebia na minha frente. Um deles se vestia com um sobretudo marrom com capuz bastante puído. De repente, surge um rato do capuz do cara. Juro, não é mentira.

Não, não era um ramister, muito menos um rato branco desses comprados em pet shop. Era um rato marrom, desses que causam gritos e histeria na mulherada e habitam o submundo dos esgotos nas metrópoles. Pelo que deu para perceber, o bicho vivia ali no capuz. E, ainda conforme minhas observações, ele se dava muito bem, pois passeava com muita segurança.

Então começam as partes sórdidas dessa história. Com um pedaço de pão na mão, o punk passou a alimentar o rato, que se equilibrava em seu ombro. Detalhe: o cara dava o pão pro rato e dava umas mordidas logo depois. heheheheh até agora desacredito E,eu e uns amigos, ali, fazendo piada e falando do risco do cara pegar doenças.

Outro punk chegou a oferecer a lata de cerveja pro rato, que tinha o corpo do tamanho de uma caneta Bic e o rabo ainda maior. Comida vai, bebida vem, o rato ficou circulando entre o capuz do punk, os ombros dos demais punks ali e passou de mão em mão com as garotas. Uma delas teve um "que" histérico por conta do mickey ali.

Bom, os portões do Asteróide foram abertos e o rato foi levado para dentro, onde rolaria o show de seus parentes famosos. Fomos uns dos primeiros a entrar. Como ainda era cedo, o DJ tocou diversas músicas para segurar a galera, vários punk-rock e, vez ou outra, um som mais pesado. E o grupo de punks, concentrado no meio da pista, ficou dançando em círculo e dando porradas um nos outros. Coisa normal.

De repente, olho pro punk de sobretudo e o flagro limpando as lágrimas do rosto. Antes mesmo que minha pálpebra se fechasse, baixei os olhos e vi nas mãos dele o rato com as patas viradas para cima. Fechei os olhos, como desacreditando. Os abri novamente. Era isso mesmo. O Mickey estava morto. Não acreditei. Comecei a mostrar a cena para os meus amigos que, logo, transformaram na piada: o rato é que tinha morrido por não aguentar a sujeira do cara.

O punk - em meio aos abraços de consolo pela morte de seu amigo - foi até um tambor de lixo e jogou o rato. Outros vieram e pegaram-no, olhavam e o jogaram de novo. Não me contive e fui conversar com o cara sobre o ocorrido. Ele me contou que durante a "dança", o rato escorregou de suas mãos e caiu no meio da muvuca e o rato foi pisoteado pelos punks. Triste não?! Imagine o desespero do Mickey sendo pisoteado por aquele monte de coturno!

Disse ainda que o rato era novo. "Um filhote", segundo ele. E que tinha o bicho há quatro meses. Fiz cara de tristeza em respeito à morte do amiguinho dele. Mas, internamente, eu não acreditada naquilo tudo.

Então, um colega avisou a turma do Asteróide sobre a presença do bichano no lixo (a cara da moça do bar foi impagável). Quando eles tiraram o lixo, porém, não o encontraram. Detalhe: a menina punk que tinha feito toda cena de histeria lá fora, já tinha retirado o corpo do Mickey e estava com o bicho morto no bolso da jaqueta e dançava no meio do salão. Como eu sei? Porque só o rabo do rato ficava pra fora do bolso, enquanto eles dançavam ali...

Vai entender. Até agora, nem eu entendi. Só sei que essa história maluca não vai ser esquecida nunca mais. O punk perdeu o amigo, a menina punk perdeu o medo e, para mim, aquele foi o dia em que o rato morreu no show do Ratos.

segunda-feira, setembro 20, 2010

Cientista quer revolucionar tratamento de diabetes com pâncreas artificial

Uma cientista britânica desenvolveu um pâncreas artificial que pode
revolucionar o tratamento do diabetes, já que permitiria acabar com as
injeções diárias que os diabéticos precisam para controlar os níveis
de glicose.

O pâncreas artificial, que ainda sendo está submetido a exames
pré-clínicos, foi criado pela professora Joan Taylor, da Universidade
de Montfort, em Leicester (Inglaterra).

A insulina produzida por pessoas com diabetes não consegue regular os
níveis de açúcar, o que provoca sérias complicações para o organismo.
Algumas pessoas que têm a doença sequer produzem o hormônio.

O órgão artificial, segundo informação do jornal britânico "The
Times", tem uma carcaça de metal que é mantida em seu lugar por uma
barreira de gel, e responde aos níveis de açúcar no sangue, já que
gera insulina quando é necessário.

O órgão poderia ser implantado entre a última costela e o quadril e
recheado de insulina a cada poucas semanas.

"Acredito que podia utilizar certa proteína (que não especifica) para
criar um gel que pudesse reagir à glicose. Quando é exposto aos
fluidos do corpo ao redor dos órgãos internos, o gel reage de acordo
com a quantidade de glicose presente", explicou a cientista.

"Os altos níveis fazem com que o gel se abrande e libere insulina na
corrente sangüínea", acrescentou.

Segundo o "The Times", se os testes forem bem-sucedidos, o pâncreas
artificial seria uma solução simples e barata para os diabéticos.

A cientista disse que o órgão não tem pilhas e não seria visível na
superfície da pele. Taylor e sua equipe de colaboradores acreditam que
vão passar com sucesso pelos testes clínicos nos próximos anos e, caso
tenha bons resultados, o órgão artificial estaria disponível dentro de
entre cinco e dez anos.

sábado, setembro 18, 2010

O jornalismo "preguiçoso"

Por Carlos Castilho no Observatório da Imprensa

Participei do programa do Observatório na TV, na terça-feira (14/9), e, enquanto debatíamos o tema Jornalismo sem Jornalistas, o telespectador Valtencir, do Pará, perguntou se os profissionais não estavam ficando mais preguiçosos em matéria de produção de informações.

A pergunta, aparentemente, estava apoiada na percepção de que a avalancha informativa provocada pela internet tornou muito mais fácil o acesso às notícias, o que estaria provocando uma burocratização da reportagem e o fato de ninguémgastar mais sola de sapato para investigar denúncias ou fatos novos.

A observação do telespectador paraense é importante porque ela nos leva a dois fenômenos que precisam ser mais discutidos. O primeiro é o de que os repórteres não saem mais às ruas, não "gastam mais solas de sapato". E o segundo é a mudança de ênfases na produção de informações jornalísticas.

É fato que há proporcionalmente muito menos jornalistas nas ruas do que antes da era da internet. As razões são o enxugamento das redações pelos cortes orçamentários realizados pelas indústrias da comunicação e a presença cada vez maior dos informantes autônomos ou cidadãos que praticam atos jornalísticos, sem no entanto serem profissionais da notícia.

sexta-feira, setembro 17, 2010

A ameaça do neo-obscurantismo à ciência

Por Assessoria de Imprensa da SBPC

Pesquisadores debatem na Reunião Regional da SBPC no Recôncavo da Bahia as facetas do movimento que se vale da estrutura de poder para fazer frente à razão

Em junho de 2008, cerca de 100 pessoas ligadas à Via Campesina invadiram e destruíram a Estação Experimental de Cana-de-Açúcar, de Carpina, a cerca de 60 quilômetros do Recife (PE). Vinculada à Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE), a Estação era usada para pesquisas de melhoramento genético da cana-de-açúcar. Sua destruição, feita como um ato de repúdio à monocultura da cana-de-açúcar no estado, interrompeu várias pesquisas em nível de mestrado e doutorado.

O caso foi citado como um dos exemplos das facetas do neo-obscurantismo. O assunto foi discutido em uma mesa-redonda durante a Reunião Regional da SBPC no Recôncavo da Bahia, que termina nesta sexta-feira em Cruz das Almas (BA).

quinta-feira, setembro 16, 2010

HC abre vagas para tratamento da doença dos 'ossos de vidro'

USP Online

O Instituto de Ortopedia do Hospital das Clínicas (HC) da Faculdade de Medicina da USP (FMUSP) está com seu ambulatório aberto para tratar novos casos de osteogênese imperfeita, também conhecida como "ossos de vidro".

A osteogênese imperfeita é uma doença rara e hereditária. Mesmo sem ter cura, a doença, quando bem tratada, permite ao portador levar uma vida sem privações importantes.

O Ambulatório de Osteogênese Imperfeita do HC está recebendo pacientes entre 3 e 17 anos, de ambos os sexos. O portador de osteogênese imperfeita (ou seu representante legal) deve comparecer ao Instituto de Ortopedia e Traumatologia do HC, de segunda à sexta-feira, das 7 às 16 horas, para agendar a consulta, munido de documentos pessoais e encaminhamento médico com diagnóstico.

Com informações da Assessoria de Comunicação do HC

Mais informações: (11) 3069-6943

quarta-feira, setembro 15, 2010

Nada como estar por cima

Retirado do portal Terra
com informações da OurAmazingPlanet Staff

A Nasa, agência espacial americana, divulgou nesta quarta-feira uma imagem do olho do furacão Igor, que atualmente avança pelo Atlântico como uma tempestade de categoria 4. O furacão Igor, fotografado e rastreado pela Estação Espacial Internacional (ISS), recebeu a alcunha de "furacão monstruoso" em um comunicado da Nasa.

Igor é tão grande que a distância entre as duas extremidades da tempestade é a mesma que de Boston a Richmond, o que equivale a 885 km ou 10 horas de viagem.

Astronautas a bordo da ISS ficaram tão impressionados com a imensidão do furacão que o apelidaram de "Igor, o Terrível".

Os ventos do furacão diminuíram levemente, alcançando a velocidade máxima de 233 km/h, mas ele continua sendo considerado uma tempestade de categoria 4. Embora seu trajeto previsto seja relativamente incerto, ele pode atingir diretamente as Bermudas nos próximos três ou quatro dias.

Mesmo que ele não atinja diretamente o arquipélago, o furacão Igor é tão grande que o National Hurricane Center, órgão americano especializado em tornados e furacões, observou que as Bermudas podem ser castigadas por ventos da força de um furacão ou de uma tempestade tropical. Os ventos com força de furacão se estendem a até 72 km do centro da tempestade, enquanto os ventos com força de tempestade tropical se estendem a até 362 km do centro da tempestade.

Igor é acompanhado pelo furacão Julia, também um furacão de categoria 4, no Atlântico, e pela tempestade tropical Karl no Golfo do México, que chegou à península de Yucatan no México na manhã desta quarta-feira. Não se espera que o furacão Julia seja uma ameaça para a terra, mas Karl deverá mover-se sobre a península de Yucatán e voltar ao Golfo do México antes de atingir a costa continental do México.

Linguagem corporativa 2.0


Por Rodrigo Capella no Observatório da Imprensa

A revista Mundo Corporativo, edição 29, trouxe um levantamento interessante sobre a social media. De acordo com o estudo "Mídias Sociais nas empresas – O relacionamento online com o mercado", 70% das empresas brasileiras consultadas já utilizam e monitoram as mídias sociais.

Trata-se de um dado muito positivo, levando-se em conta que a pesquisa não foi realizada apenas com empresas de "raízes tecnológicas" – aquelas provedoras de produtos e soluções de TI –, mas também com companhias do setor de serviços, varejo, bens de consumo e transporte.

Outro ponto a ser destacado – e muito perigoso – é que 35% das 302 empresas pesquisadas utilizam a social media porque essas ferramentas online estão em evidência. Neste contexto, uma pergunta surge naturalmente: o que farão depois? Abandonar totalmente o que foi criado, ignorando possíveis diálogos com os consumidores? Ou preencher, futuramente, os espaços virtuais com conteúdos irrelevantes só para não "fechar as contas"?

Definição de modelos e manuais

Em um projeto de social media, o planejamento é tão (ou mais importante) do que a própria ação em si. Conhecer, então, a fundo as ferramentas necessárias e potencializá-las são tarefas básicas para uma ação eficaz no ambiente 2.0. Afinal, somente desta forma é possível interagir com os consumidores, fornecendo informações adequadas e encantando-os.

Mais adiante, o estudo, desenvolvido pela Deloitte, perguntou qual área administra as ações de social media. Somente 6% das empresas disseram que é o Departamento de Comunicação, o que revela uma aparente despreocupação das empresas entrevistadas com a estrutura dos textos divulgados em ambientes digitais.

De maneira geral, os dados apresentados no estudo corroboram que as empresas ainda estão se estruturando para atuar no mundo 2.0. Neste momento, então, casesde sucesso têm muito valor e tendem, aos poucos, influenciar toda uma cadeia, definindo modelos, manuais e até mesmo uma nova linguagem corporativa.

sexta-feira, setembro 03, 2010

FFLCH tem seminário sobre pensamento político

Publicado no USP Online

A Questão Nacional do Pensamento Político-Social Brasileiro é o tema do seminário organizado pelo Centro de Estudos de Cultura Contemporânea (Cedec) de quarta (8) a sexta-feira (10) na Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH), da USP.

O evento contará com a participação dos professores Angela Alonso, Bernardo Ricupero, Fernando Pinheiro, Gabriel Cohn, Maria Arminda do Nascimento Arruda (pró-reitora de Cultura e Extensão da USP), Patricio Tierno, e Rossana Rocha Reis.
O local é o Anfiteatro de História e Geografia da FFLCH (Av. Prof. Lineu Prestes, 338, Cidade Universitária, São Paulo).
A programação pode ser consultada no folder do evento. A entrada é gratuita, sem necessidade de inscrições prévias.

Mais informações: (11) 3871-2966

Universo não precisou de Deus para surgir, diz físico

Por Sabine Righetti e Reinaldo José Lopes na Folha de SP

O físico-celebridade britânico Stephen Hawking aparentemente cansou de bancar o bonzinho com Deus. Em seu mais novo livro, ele afirma que o Criador é dispensável para explicar o Universo.

E isso porque a obra de Hawking, 68, recebeu o nome enganoso de "The Grand Design" ("O Projeto Grandioso"). Mas, junto com o físico e coautor Leonard Mlodinow, o que ele faz no texto é negar a existência de um projeto divino para o Cosmos.

"Uma vez que existe uma lei como a gravidade, o Universo pode e vai criar a si mesmo a partir do nada. A criação espontânea é a razão pela qual existe alguma coisa no lugar de coisa nenhuma, a razão de nós existirmos.

Não é preciso invocar Deus para que o Universo tenha um começo", escreveu a dupla.

O trecho do livro, que só chega às lojas na semana que vem, foi publicado no diário "Times", de Londres.

O bafafá em torno das frases fez com que Hawking fosse um dos temas mais comentados no Twitter na quinta-feira e levou até a uma réplica mal-humorada do rabino-chefe do Reino Unido, Lorde Jonathan Sacks. "A ciência que se disfarça de religião é tão perniciosa quanto a religião que se disfarça de ciência", disse.

A Web está morrendo?

Por Elis Monteiro no Fórum PCs

Na verdade, a resposta para a pergunta do título é mais sombria. Pelo menos na opinião do célebre Chris Anderson, em matéria escrita por ele que estampa a capa da Revista “Wired” publicada este mês. A reportagem tem um título sugestivo e assustador: “The Web is dead.” (“A Web está morta”). Ou seja, o processo não está em curso, mas chegou ao seu ápice. Mesmo que o título pareça sensacionalista e a matéria seja um tanto quanto alarmista, ela traz muitos pontos de reflexão e são estes pontos que eu gostaria de debater aqui – por se tratar de um fórum, não há ambiente mais adequado, certo?

Antes de começarmos, no entanto, vamos rever o currículo de Chris Anderson, o que pode abalizar (ou não) sua opinião nas nossas cabeças. Afinal, quem é este homem que está assassinando a www? Pois Chris não é um qualquer, muito menos um futurólogo de carteirinha, um Nostradamus da tecnologia. Editor-chefe da Wired, Anderson é físico e escritor. É de sua autoria, por exemplo, o famoso “The Long Tail” – em português, “A cauda longa” (Campus/Elsevier), publicado em 2006. Anderson também já trabalhou nas revistas “Sciense”, “Nature” e “The Economist” e esteve recentemente no Brasil para uma palestra. Para quem trabalha no ramo da tecnologia, a opinião dele sempre importou, afinal, ninguém edita a Wired durante nove anos (desde 2001) à toa, certo?

Ok! Definimos que a opinião de Chris Anderson importa. Agora, vamos aos fatos: ele avalia, no texto, que a Web já está morta, mas que a internet continua a ser usada – e muito. Mas como assim? Web e Net não são a mesma coisa? Aí está a pegadinha. O público acostumou-se a considerar Web, Net e Rede como sinônimos. E não são, nunca foram e nunca vão ser. A www (World Wide Web, vulgarmente chamada de Web) nasceu há duas décadas e está, diz Anderson, sendo substituída por serviços como Skype, Netflix, redes peer-to-peer e aplicativos como Twitter, Facebook, etc. Mesmo que usem a Net (internet, a plataforma), tais serviços e aplicativos não necessariamente passam pela www. Ou seja, a tendência é que as pessoas abandonem a navegação pelos websites, via browsers, e passem a usar serviços diretos, rápidos, funcionais, que economizem tempo e que não estejam na Web.

Google cria webjornal com os assuntos mais comentados


Da Redação do site Comunique-se
com informações da InfoOnline

O Google criou um jornal com os assuntos mais pesquisados em seu mecanismo de busca. O webjornal batizado de "Google Beat" é semanal, e apresentado por Anne Spiritu, que explica o que levou os assuntos ao topo dos mais pesquisados.

A primeira edição falou do "recall de ovos" (egg recall), causado por um surto de salmonela que deixou mais de mil pessoas doentes nos Estados Unidos. Outro tema foi o concurso Miss Universo 2010.

O Google Trends e Google Insights for Search auxiliam na seleção dos temas do jornal. As ferramentas revelam as tendências e padrões de interesse dos internautas nos serviços de busca.

O primeiro "Google Beat" foi ao ar no dia 27/8. A segunda edição deve ser publicada hoje no YouTube.

quarta-feira, setembro 01, 2010

Comunidade acadêmica debate evolução da modalidade no país

Informações de Adriane Cunha, da Assessoria de Imprensa do MEC
Publicado no Jornal da Ciência


A melhoria da qualidade dos cursos de educação a distância, as novas tecnologias, os conteúdos e as práticas pedagógicas estarão em debate a partir desta quarta-feira, 1º, no 16º Congresso Internacional de Educação a Distância.

O encontro reúne, até sexta-feira, 3/8, em Foz do Iguaçu (PR), 1,1 mil participantes da comunidade acadêmica do Brasil. Farão palestras representantes da França, Estados Unidos, Espanha, Canadá, Venezuela, República Dominicana e Paraguai.


Na cerimônia de abertura, na noite de terça-feira, 31 de agosto, o presidente da Associação Brasileira de Educação a Distância (Abed), Fredric Litto, afirmou que o Ministério da Educação tem contribuído para a melhoria da qualidade dessa modalidade de ensino no país. Para ele, o canal de diálogo estabelecido por meio da Secretaria de Educação a Distância (Seed) do MEC tem sido fundamental para responder as questões da comunidade. A Abed é a promotora do encontro.

Em 2008, o MEC abriu processo de supervisão em 39 instituições de ensino superior para avaliar os cursos de graduação a distância e garantir a qualidade. O secretário de educação a distância do MEC, Carlos Eduardo Bielschowsky, salientou que o governo federal tem investido na modalidade.

"A educação a distância é um processo que desenvolve o processo cognitivo do estudante, e isso tem sido demonstrado no desempenho positivo desses alunos", analisou. "Ao inserir estudantes excluídos do processo educacional, principalmente por morarem em locais distantes dos grandes centros, conseguimos realizar essa inclusão."

Mais informações sobre o encontro podem ser obtidas no sitehttp://www.abed.org.br/congresso2010/

Jornalismo é uma profissão; apresentar anúncios, outra

Publicado por Alberto Dines no Observatório da Imprensa

Primazia indiscutível, oportuna, simbólica: a Folha de S.Paulo foi o primeiro jornalão a questionar abertamente a contratação da celebrada atriz/garota-propaganda Marília Gabriela para apresentar o novo formato do programa jornalístico Roda Viva, na TV Cultura. Na nobilíssima Página Dois de segunda-feira (30/8), o colunista Fernando de Barros e Silva condenou a perigosa superposição de telejornalismo com jingles através da contratação de uma apresentadora de anúncios televisivos no comando de um histórico programa de debates e entrevistas (ver "Cultura de salão", reproduzido nesteOI). O colunista não faz juízos de valor, elegantemente passa ao largo de performances, quer discutir princípios. Bem-vindo, pois, a este Observatório da Imprensa.

Convém reparar, porém, que a Folha cometeu o mesmo pecado duas vezes e tem ajudado com o seu indiscutível poder de fogo a apagar os contornos de uma profissão que ela – e suas parceiras na mídia – deveriam ser as primeiras a consagrar e proteger.

A recente reforma gráfica e editorial da Folha foi promovida na TV em comerciais divinamente interpretados pela atriz Fernanda Torres. E, em seguida, a atriz foi contratada para escrever sobre política na Folha. Como atriz e apresentadora de comerciais é perfeita – ostenta no DNA a grandeza de Fernando Torres e a humanidade de Fernanda Montenegro. Como colunista (na Vejinha Rio) foi uma agradabilíssima surpresa. Se estamos falando de princípios rigorosos, sua contratação como articulista na editoria "Poder" da Folha seguiu um raciocínio dúbio. Tudo bem: é possível admitir que o colaborador de um jornal possa aparecer em mensagens institucionais do veículo onde trabalha. Neste caso, não pode ser remunerado.

Falta cancha

Há alguns anos, quando o jornalista e produtor cultural Nelson Motta, então colunista da mesma Página Dois da Folha, protagonizou uma série de comerciais de TV para uma grande organização bancária, foi explicado que não havia conflito de interesses porque o jornalista não se ocupava de economia e finanças, sempre focado em música popular, sua incontestada especialidade.

Discutindo a relação mídia x saúde pública em Brasília

Na mesa, Lígia Formenti (Estadão), Wagner Vasconcelos
 (Fiocruz), Luciano  Martins Costa (Observatório da
Imprensa) e Kátia Lerner, do Observatório da Saúde
 na  Mídia da Fiocruzo Icits (Fiocruz)
Semana passada estive em Brasília, onde participei com minha esposa, Evenize, do Seminário Temático "As Relações da Saúde Pública com a Imprensa - o Caso da Influenza A H1N1", promovido pela Fiocruz Brasília. Foram dois dias de debates muito ricos entre jornalistas, cientistas e gestores de áreas públicas da Saúde, como Ministério da Saúde, por exemplo.

De um lado, os jornalistas alegando que o trabalho feito foi bom. De outro, cientistas e gestores reclamando do sensacionalismo empregado nas notícias. No meio, um grande problema: quando envolve saúde pública qual o papel da mídia? Publicar seu conteúdo às pressas, podendo até colocar em risco a vida de pessoas ou se omitir e deixar a população e o leitor desinformado? Foi, intelectualmente, provocante.

Discutir a mídia e o trabalho que está sendo feito pelas redações é essencial para conseguir manter a visão plural, sem aquele olhar enviesado, focado só no método e no ethos jornalístico. Voltei com várias anotações, novos amigos, sugestões de literatura e, como não poderia deixar de ser, novo conhecimento a respeito dessa problemática.

Abaixo, reproduzo a matéria publicada no site da Fiocruz Brasília sobre o evento:

Críticas contundentes à atuação da imprensa; as dificuldades de pesquisa sobre a mídia, e a estratégia de cobertura adotada por um dos maiores jornais do país foram as abordagens da última mesa do Seminário Temático As relações da Saúde Pública com a Imprensa – o caso da Influenza A (H1N1) – promovido pela FIOCRUZ Brasília e encerrado ontem.

A interação entre estudantes e profissionais das áreas de Saúde e Comunicação enriqueceu os debates da mesa redonda Saúde Pública e a Imprensa: Interdependência e Balanço da Atuação. A mesa contou com a participação do jornalista do Observatório da Imprensa, Luciano Martins Costa; da pesquisadora do Observatório Saúde na Mídia (do Icict), Kátia Lerner, e da jornalista do jornal O Estado de S. Paulo, Lígia Formenti. A mesa foi mediada pelo coordenador da Assessoria de Comunicação da FIOCRUZ Brasília, Wagner Vasconcelos.

O factóide como método


Publicado por Muniz Sodré no Observatório da Imprensa

Sinal de coisa nova: no final do aviso, o alto-falante do aeroporto agradece pela atenção. Talvez não seja novidade importante, mas de qualquer forma é sintoma do valor crescente dessa mercadoria pela qual hoje se trabalha ou se briga na esfera pública: a atenção. Era ela o pano de fundo do programa do Observatório da Imprensa (TV Brasil) sobre um factóide do qual participamos semanas atrás (ver "A construção da mentira". Há, entretanto, algo mais a se dizer sobre o assunto, que parece ter uma incidência mais ampla na sociedade contemporânea.

Para quem não assistiu ou não se lembra, vale recordar detalhes do fato. Como roteiro de seu filme sobre a apuração insuficiente dos acontecimentos por parte da mídia jornalística, um profissional de imprensa inventa uma organização não-governamental inglesa destinada a abraçar pessoas. Um representante dessa imaginária "ONG do abraço" posta-se no centro de São Paulo, abraçando passantes. A mídia acorre em peso à novidade, sem que um repórter sequer se dignasse a apurar a veracidade do fato, isto é, a real existência da ONG.

No programa comandado pelo mestre Alberto Dines, nós levantamos, de forma muito breve, duas hipóteses. A primeira, inspirada no livro da professora da UFRJ Raquel Paiva (Histeria na Mídia, Editora Mauad), aponta, como característica principal da mídia contemporânea, a histeria, que é uma doença da representação. Evidentemente, não são diretamente aplicáveis as categorias nosográficas do funcionamento mental do indivíduo a instituições ou organizações. Mas, além da psiquiatria, é possível trabalhar a analogia entre a disfunção individual e o excesso discursivo típico do falatório midiático, que voa nervosamente como mosca sobre grandes e pequenas fontes de excitação.

Repórter fisicamente agredida

A segunda hipótese tem terminologia inglesa. Trata-se do flash-mob (mob como diminutivo de mobilization), designação do fenômeno midiático de produção de fatos, reais ou imaginários, capazes de mobilizar instantaneamente, ainda que por um instante (flash) a atenção do público. Acontece com frequência na internet, em especial nas chamadas redes sociais (twitters, blogs etc.), mas pode se dar em qualquer faixa do longo espectro comunicativo hoje coberto pela mídia. A "ONG do abraço" era dessa natureza.