quinta-feira, outubro 21, 2010

As eleições e a expansão da universidade

Por Herman Jacobus Cornelis Voorwald *

A poucos dias de o Brasil eleger o futuro presidente da República, os candidatos que concorrem no segundo turno abordaram o tema da educação superior, limitando-o, porém, à inclusão social e à formação de recursos humanos qualificados para o mercado de trabalho.

Em face dos desafios do atual cenário global e da importância estratégica que projeta para a pesquisa científica, as duas candidaturas deveriam explicitar as propostas para a expansão da universidade, pois o desafio de ampliar o acesso ao ensino superior não deve ofuscar a necessidade de gerar conhecimento.

Ainda que a autonomia prevista na Constituição vigorasse de fato para todas as universidades públicas, competem ao governo políticas diretamente relacionadas a essas instituições, não só por meio de fomento, mas também para a expansão delas, muitas vezes sob a pressão quase que exclusiva para o aumento de vagas na graduação.

Não faltam dados para comprovar a estreita correlação entre o desenvolvimento econômico de um país e sua geração de conhecimentos. Muito antes do desempenho das nações que mais investiram em pesquisa nas últimas décadas, vários pensadores já haviam apontado a ciência como uma importante força produtiva.

No Brasil, grande parte da produção de estudos nas ciências, nas artes e na tecnologia é desenvolvida nas universidades, principalmente nas públicas, nas quais deve vigorar a indissociabilidade entre ensino, pesquisa e extensão.

Essas considerações remetem às conclusões extraídas de pesquisa que fiz em 31 de maio deste ano com cerca de 1.100 reitores de diversos países presentes à minha conferência "Desafios da universidade ibero-americana diante de um mundo em mudança", em Guadalajara, no México, no 2º Encontro Internacional de Reitores Universia.

Entre os 30 objetivos submetidos à escolha dos reitores, o de maior priorização (57,7%) foi o de "adequar os métodos de ensino e aprendizagem ao objetivo de aquisição de competências dos estudantes".

Esse ponto está diretamente associado à necessidade de bibliotecas bem servidas de livros e periódicos, laboratórios bem equipados e constante adequação dos currículos.

O objetivo com segundo maior índice de priorização (46,9%) foi o de "determinar que tipo de universidades se pretende desenvolver nos próximos anos (objetivos, captação de estudantes, relações com a sociedade, áreas de investigação, estrutura de governo)".

Como já dissemos em outro artigo neste espaço ("O desafio da universidade pública brasileira", 16/ 1/2009), investir em ciência e tecnologia não é luxo de países ricos, pois investimentos expressivos nessa área têm sido a opção estratégica dos que estão colhendo vitórias incontestáveis na competitividade e no comércio exterior.

Mas a geração de conhecimento é essencial também para que o desenvolvimento não se restrinja ao mero crescimento da economia.

Ela deve atuar também em vista da melhor qualidade de vida, da conservação ambiental e da erradicação da miséria.

Desse modo, por mais legítima e prioritária que seja a demanda social pelo maior acesso ao ensino superior, é necessário termos clareza da distinção entre esse tema e o da ampliação da universidade pública. Sem isso, correremos o risco de promover no Brasil uma expansão universitária completamente alheia aos presentes desafios para a produção do conhecimento.


COMENTÁRIO - Há um ou dois anos, o professor Herman ganhou o meu respeito. Na ocasião, participei da abertura de um curso no Memorial da América Latina, com a presença dos reitores da Unesp, Unicamp e USP (representado pelo pró-reitor de graduação). Na ocasião, quando abriram aos questionamentos, perguntei sobre a rápida utilização da Educação a Distância pelas faculdades particulares e a desimportância que as públicas davam para o tema. Meu argumento era de que a EaD seria uma forma de levar o ensino de qualidade para os mais longínquos lugares do país.

Somente o professor Herman teve a coragem de dizer que as universidades públicas não estão debatendo o assunto e que precisariam fazê-lo o quanto antes, sob pena da sociedade não receber das Universidades o retorno que merece por financiar a ciência brasileira por meio de impostos. Um dos reitores chegou ao cúmulo de dizer que a questão não tinha a ver com o assunto do debate. Detalhe: o debate tinha o propósito de discutir a ampliação dos programas de intercâmbio internacional interuniversidades como forma de ampliar a qualidade da ciência praticada.


* Herman Jacobus Cornelis Voorwald é reitor da Unesp (Universidade Estadual Paulista) e professor titular da Faculdade de Engenharia do campus de Guaratinguetá. Artigo publicado na "Folha de SP"

O Partido Sorocabano dos Trilhos

Em 2006, logo depois de Sorocaba ter sido deixada de lado pelo Governo do Estado na escolha dos Polos Tecnológicos (apesar de, à época, o município ter vários deputados na comissão de Ciência e Tecnologia da Assembleia Legislativa) escrevi um artigo no Cruzeiro do Sul falando sobre essa falta de consciência sobre a política de Ciência, Tecnologia e Inovação (C&T,I) e as consequências disso.
Minha sugestão era juntar a bagagem histórica sorocabana com estruturas já prontas na cidade e, com isso, desenvolver um trabalho político, empresarial e educacional que tivesse um foco comum. O objetivo é que Sorocaba não perdesse novamente o bonde da história. Felizmente, de lá pra cá, as coisas mudaram nesse cenário. Sorocaba foi aceita como Polo Tecnológico em 2009 e começa a respirar os ares da "Big Science". Após este artigo, recebi vários emails elogiosos, principalmente daqueles saudosistas da antiga Estrada de Ferro Sorocabana.
Uma situação que ficou marcada em minha memória dessa época, foi quando - na posse de um novo secretário de Desenvolvimento Econômico - ter questionado sobre as razões de Sorocaba não ter sido escolhida como uma das cidades Polo e ele, não querendo falar mal de ninguém, argumentou que a cidade de certa forma se beneficiava com a escolha de Campinas, uma vez que fazíamos parte da grande área administrativa campineira.

Partido Sorocabano Dos Trilhos

quarta-feira, outubro 20, 2010

SP promoverá encontro internacional de tecnologia e inovação para pessoas com deficiência

A Secretaria de Estado dos Direitos da Pessoa com Deficiência promoverá entre os dias 21 e 24 de outubro o II Encontro Internacional de Tecnologia e Inovação para Pessoas com Deficiência. Com o apoio da Fundação Faculdade de Medicina da USP e da Rede de Reabilitação Lucy Montoro, o evento será realizado na capital e contará com exposição de inovação em tecnologias assistivas e seminário internacional de tecnologia e inovação.

Em sua segunda edição, o encontro visa incentivar a inovação tecnológica no desenvolvimento de pesquisas, fabricação e comercialização de produtos e serviços voltados ao aumento da autonomia que possam proporcionar maior qualidade de vida às pessoas com deficiência.

A abertura do evento será realizada pela secretária de Estado dos Direitos da Pessoa com Deficiência, Linamara Rizzo Battistella. “Nosso objetivo é fornecer subsídios à elaboração de políticas públicas que possam garantir a igualdade de oportunidade, o combate à discriminação e o empoderamento das pessoas com deficiência”, afirmou a secretária.

As informações para inscrição estão disponíveis no site http://www.sedpcd.sp.gov.br/2-encontro/inscricao.php

Serviço:
II Encontro Internacional de Tecnologia e Inovação para Pessoas com Deficiência
WTC Business Tower
Av. das Nações Unidas, 12.551 – Brooklin Novo
São Paulo - SP

terça-feira, outubro 19, 2010

Nove anos depois...

Com a chegada do Parque Tecnológico em Sorocaba, a cidade passa a ter um outro nível de discussão sobre política de Ciência e Tecnologia. Com outro modelo de desenvolvimento, o Poder Público, as Universidades e as empresas começam a discutir uma nova agenda.
Dia desses, achei esse artigo que escrevi em 2001 no jornal Cruzeiro do Sul e sequer me lembrava de tê-lo feito. Fazendo, então, minha especialização na Unicamp, tinha aulas com os professores do Departamento de Política de Ciência e Tecnologia (DPCT) e tive o privilégio de ter acesso a todo esse conhecimento. Hoje, passados nove anos, fico feliz de ver políticos da cidade incorporando discursos do desenvolvimento via inovação. Nunca é tarde.
(PS - o artigo é velho, mas a charge nunca foi tão atual heheheheh)

Artigo Marcel

sábado, outubro 09, 2010

As duas grandes tendências no mundo dos negócios jornalísticos

Postado por Carlos Castilho no Observatório da Imprensa
 
O jornal impresso que as pessoas recebem de manhã na porta de casa já quase uma relíquia para a grande maioria das indústrias jornalísticas que se transformaram em impérios da comunicação graças às edições em papel.

Contrariando as previsões pessimistas sobre a sobrevivência de grupos como The New York Times, Guardian, O Globo, The Washington Post e The Dallas Morning News , eles hoje passaram a se definir mais como produtores de serviços informativos. O papel e as rotativas já não constam mais do discurso dos principais executivos da indústria dos jornais.

Trata-se de uma mudança importante porque ela trouxe, como consequência, umaextaordinaria diversificação dos canais de informação oferecidos ao público. Ao comemorar 125 anos de existência de seu jornal, há duas semanas, o diretor do diário americano The Dallas Morning News Jim Maroney foi curto e grosso: "Nós não somos mais uma empresa de jornais. A edição impressa é apenas um dos nossos produtos".

Outras indústrias jornalísticas — como o poderoso grupo News Corp., do multimilionário australiano Rupert Murdoch, e Grupo Folha, no Brasil — têm se mostrado mais lentas na transição da cultura do papel para a da segmentação de produtos informativos em plataformas multiplas.

Começam a se esboçar duas tendências: a dos que apostam tudo na multiplicidade de produtos e a dos que colocam suas fichas no nicho da informação impressa de alta qualidade. No primeiro caso estão empresas como o New York Times e o Dallas News , cuja "cara" está hoje muito mais associada aos seus respectivos portais na web do que às primeiras páginas das edições impressas.

Por seu lado, os jornais de Murdoch e a própria Folha de S.Paulo parecem convencidos de que o papel terá vida longa como marca das respectivas empresas, e investem na construção da imagem de provedores de informação qualificada. O grupo News Corp. é hoje o principal defensor do acesso pago à internet, uma estratégia que parece mais preocupada com a valorização dos seus produtos offline do que na rentabilidade dos serviços online.

A reinvenção das empresas jornalisticas mais atentas às transformações provocadas pela emergência da web como canal de comunicação está sendo feita por meio de uma gigantesca operação de mudança de valores entre os encarregados da produção de conteúdos informativos.

O New York Times, por exemplo, criou um sistema de consultas aos seus usuários que os transformou quase em consultores editoriais. Duas vezes ao mês, o jornal envia questionários aos seus usuários na web com perguntas que vão desde consultas sobre a melhor forma de redigir uma notícia, o posicionamentos de editoriais, como cobrir ou não um determinado tema.

O Times está criando também a sua rede social para captura de informações, chamada extra-oficialmente de News.Me (Minhas Notícias). O projeto, que deve ser lançado até o fim do ano, é na verdade uma espécie de Orkut formado por jornalistas amadores, em que os participantes são fornecedores informais de notícias.

A personalização no fornecimento de notícias pela web é uma tendência que vem se consolidando no mercado de informações desde 2008, quando o sistema de buscas Google deu aos leitores do serviço Google News a possibilidade de armarem o seu próprio cardápio informativo.

A oferta de produtos informativos diversificados obriga também as empresas jornalísticas a valorizar muito mais os seus usuários porque eles serão a fonte primordial de notícias, agora não mais produzidas apenas com o material de repórteres, correspondentes ou fornecido por fontes governamentais, corporativas e ONGs.

Jim Maroney, do Dallas Morning News, um veterano jornalista cuja trajetória foi toda ela com base na informação impressa, admitiu numa carta dirigida à Redação: "Nós tinhamos um produto só e queriamos que ele servisse a todos os nossos leitores. Nós eramos como Henry Ford, criador da máxima `você pode escolher o carro que quiser, contanto que seja preto´. Agora nós queremos entregar o jornal que você quiser, no formato que você desejar e na hora em que você precisar".

O projeto News.Me, do NYT, vai ainda mais longe porque incorpora o leitor como produtor de informações. Uma atitude como esta era considerada herética até bem pouco tempo atrás por todos os executivos de indústrias jornalísticas.

Mas toda essa reengenharia corporativa no mundo da imprensa ainda esbarra numa grande dúvida. Como os novos projetos se tornarão sustentáveis no médio e longo prazos, num ambiente informativo onde a grande incógnita é o comportamento do público?

sexta-feira, outubro 08, 2010

A United, a guitarra e o real prejuízo

No ano passado, publiquei essa história (contada no Blog do Nassif) e republico hoje, porque a história e a música são muito boas. (As cenas dos caras arremessando as malas e a guitarra são impagáveis. hehehe)

O cara (músico profissional) viajava de avião num trecho nos EUA. A United Airlines embarcou e devolveu a sua guitarra "Taylor" quebrada. Ele tentou de todo jeito ser indenizado. Ficava em + ou - US$ 2.000,00.
Depois de várias tentativas e muita canseira, ficou injuriado, fez um clip baratinho e postou no YouTube.
Mais de 4,5 milhões de acessos e 30 mil avaliações 5 estrelas. Virou hit!
A United Airlines já apresentou várias propostas para tirar o clip do ar.
Mas agora, segundo ele, o tempo dos “espertos” da United passou. O clip continua no ar.

Em tempo: Hoje, o clipe tem mais de 9 milhões de acessos.

quarta-feira, outubro 06, 2010

Ao Maia, minha saudação Namastê

Hoje, esse blog fica em luto por um cara que veio trazer felicidade ao mundo. O dançarino Maia Júnior, frequentador antigo do Arara Aurora e que recebia a todos com o seu peculiar "Namastê", morreu no início desta noite de quarta-feira. Com lenço na cabeça e sorriso no rosto, ele era um cara de papo fácil, alegre, divertido. Daqueles que só pessoas de bem com a vida conseguem estampar diariamente. Maia era um dos poucos seguidores deste blog. Perdemos alguém de bem entre nós. Perdemos muito. Mas Maia ficará eternamente em minha lembrança assim: sorrindo e dançando.

Em seu blog, Maia tinha estampada a frase de Nietzsche: "E que seja considerado perdido o dia, em que não se dançou ao menos uma vez". Pois é, Maia, neste dia de hoje, nós é que "dançamos" e ficamos perdidos, justamente porque não te veremos mais dançar, sorrir, bailar. Namastê, Maia.

terça-feira, outubro 05, 2010

DeLorean vai ser leiloada

Por Portal Terra
A casa de leilões Profiles in History anunciou nesta segunda-feira um leilão benéfico previsto para 6 de novembro que terá como protagonista um exemplar do carro usado como máquina do tempo na clássica saga cinematográfica De Volta Para O Futuro.

Reprodução "mais exata" do DeLorean DMC-12 usado nos três filmes da trilogia, o veículo está avaliado entre US$ 80 mil e US$ 100 mil. Ele faz parte da coleção do roteirista e produtor do filme Bob Gale.

Junto ao DeLorean, Gale doou também a jaqueta futurista do ano 2015 que era usada pelo protagonista Marty McFly (Michael J. Fox) na segunda parte da saga, cotada em US$ 50 mil, bem como o almanaque de esportes 1950-2000, que pode rondar os US$ 5 mil.

A renda do leilão será destinada à organização caridosa Variety-The Children"s Charity of Southern California e à fundação Team Fox, dedicada ao estudo do mal de parkinson, criada pelo ator Michael J. Fox - que sofre da doença.

Junto aos objetos de De Volta Para O Futuro, serão leiloadas também cerca de 150 peças. Entre elas, destaca-se uma edição especial do primeiro número da história em quadrinhos do Super-Homem, cujo preço se estima em até US$ 200 mil, e o vestido de Megan Fox em "Transformers: A Vingança Dos Derrotados" (2009), cotado em US$ 2 mil.

O leilão será realizado em 6 de novembro, na sede do Universal Studios Hollywood, em Los Angeles