Retirado do site Comunique-se
(www.comuniquese.com.br)
Repórteres da baixada santista, litoral de São Paulo, reclamam que a Guarda Civil Municipal (GCM) de Guarujá, há cerca de um mês, filma o trabalho da imprensa local em eventos e manifestações relacionados ao órgão municipal. De acordo com a prefeitura do município, a ação não tem o propósito de intimidar os jornalistas.
Segundo Manoel Antonio Vergara, que mantém o blog “Inconfidências do Guarujá”, as filmagens teriam começado depois que um repórter do jornal A Tribuna, de Santos, foi agredido por um guarda municipal enquanto cobria uma manifestação. “Eles alegam que foi isso, mas é um jeito de intimidar a imprensa”. Vergara também diz que a prefeitura tenta proibir a distribuição do Inconfidentes, versão impressa do blog, que estaria bloqueado para acesso na repartição municipal.
Apesar disso, para ele, o problema maior está no ato de filmar os trabalhos dos jornalistas. “Constranger a imprensa assim é um problema grave”, critica.
O repórter fotográfico do jornal A Tribuna, Edison Baraçal, que trabalha há 24 anos no veículo, concorda com Vergara. “Os jornalistas não trabalham mais tranquilos, a gente está trabalhando e eles filmando. Estamos conversando com presidente do sindicato para ver como resolver isso”, afirmou.
Prefeitura diz que filmagem é praxe
A Prefeitura de Guarujá, por meio de nota, negou que tenha orientado os guardas a filmar os jornalistas. De acordo com o órgão, a iniciativa é apenas uma forma de resguardar a Guarda Civil e garantir a fidedignidade do serviço prestado pela corporação.
“O município ressalta ainda que as imagens produzidas pela corporação nestes eventos servem como ferramenta de avaliação da conduta dos profissionais que trabalham cotidianamente para proteger os interesses de Guarujá e lembra que o trabalho dos GCMs não tem qualquer interesse de constranger ou tolher o direito a livre expressão e manifestação do pensamento”, diz a nota. A prefeitura também informou que não houve nenhuma restrição ou bloqueio ao blog “Inconfidentes do Guarujá”.
O diretor regional do Sindicato dos Jornalistas Profissionais em Santos, Carlos Alberto Ratton, se diz surpreso com a resposta da prefeitura e alega que a ação tem mesmo o propósito de intimar a imprensa. “É uma afronta o que eles fazem. Até onde eu sei, não existe isso em lugar nenhum do Brasil, só lá. É um constrangimento para os jornalistas”, contesta Ratton, que disse que desde a agressão ao repórter de A Tribuna, tenta conversar com a prefeitura, mas até agora sem sucesso.
Comentário - É assim que age a imprensa. Ela vive em seu mundinho particular, seu feudo, em seu Estado paralelo onde ela pode tudo e ninguém pode nada. A imprensa pode filmar, mas não pode ser filmada. Pode criticar, mas não deve ser criticada. (Veja um exemplo aqui ) Pode julgar e não pode ser julgada. Quando isso acontece, a mídia corre alegar estar sendo cerceada em SUA "liberdade da imprensa". Aqueles que eram destemidos repórteres viram frágeis quando são alvos dos mesmos métodos que usam para observar o outro. Risível, no mínimo.
Isso acontece pois a mídia não se deu conta ainda que não pode viver em um Estado paralelo, onde regras e leis só valem para os outros e não para eles. E que precisa viver em uma sociedade que tem regras que valem para todos, inclusive para ela, a mídia. Qual o medo de ser filmada? Quem age na legalidade não teme ser filmada, não tem o que esconder. Aliás, esse é o mesmo argumento que a própria mídia usa quando alguém tenta se desvencilhar de suas objetivas.
Até tempos atrás, a mídia ficava no meio quando entidades precisavam dos meios de comunicação para se comunicar com seu público. E, por deter o poder da comunicação, sempre fizeram aquilo que achavam melhor.
Com a internet, essas mesmas entidades encontraram seu próprio veículo de comunicação para se manifestar e protestar contra os abusos e absurdos publicados por determinados veículos. O Blog da Petrobrás é um exemplo. Diante de tantos absurdos, começou a publicar o que os jornalões perguntavam, em qual contexto e as diferenças daquilo que era publicado. Com isso, desmascararam as tramóias feitas pela imprensa. É só procurar como o Blog da Petrobrás foi alvo de reclamações dos coleguinhas logo que começou.
Agora, as entidades passam a filmar e documentar o trabalho da mídia. E a mídia - que faz o mesmo - acusa de constrangimento? Neste processo big brother da mídia, só restarão os que trabalharem de maneira correta e ética. Seja bem vinda a tecnologia.
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sábado, abril 10, 2010
domingo, novembro 22, 2009
O que vai acontecer?
Postado por
Marcel
Dia desses saiu esta análise do Carlos Castilho que me fez pensar muito sobre o futuro do impresso no Brasil. Já pensei, reconheço, que o meio "jornal" estava com os dias contados.
A análise dele, com base nos dados do IVC, são bem interessantes e aguçam ainda mais a nossa expectativa sobre qual será o futuro dos jornais impressos. Alguém arrisca um palpite?http://www.observatoriodaimprensa.com.br/blogs.asp?id_blog=2
A análise dele, com base nos dados do IVC, são bem interessantes e aguçam ainda mais a nossa expectativa sobre qual será o futuro dos jornais impressos. Alguém arrisca um palpite?http://www.observatoriodaimprensa.com.br/blogs.asp?id_blog=2
quinta-feira, outubro 15, 2009
Os jornais vão acabar? (2)
Postado por
Marcel
Vejo neste exemplo, o quanto o jornalismo tradicional corre risco de desaparecer. É o resultado da seletividade comercial dos jornais que excluem o leitor "mediano" da construção das políticas, atacam o desfavorecido e beneficiam os "amigos". Nos blogs, todos têm o mesmo peso e o mesmo espaço à opinião.
Os jornais, que deveriam ser um espaço em branco e unicamente um palco de discussões dos leitores, tentam ainda ser ditadores de valores morais que nem ele mesmo segue em sua prática diária de apuração e o que é pior, em um momento em que isso não existe mais. O quarto poder perde força a cada dia. É a pulverização do poder que um dia esteve centralizado. Ganha a população e o jornalismo sério e democrático.
http://colunistas.ig.com.br/luisnassif/2009/10/15/a-solidariedade-dos-leitores/
terça-feira, agosto 18, 2009
A relevância dos jornais e a diminuição de leitores no Brasil, em números e tabelas
Postado por
Marcel

JORNALISMO NAS AMERICAS - Ao pesquisar as estatísticas disponíveis publicamente em sites de jornais e outras associações, o jornalista e pesquisador da Universidade de Brasília, Venício A. de Lima, elaborou uma análise para o Observatório da Imprensa pela qual mostra, em números e gráficos, a aguda crise dos principais jornais brasileiros. Os três maiores jornais são analisados: Folha de S.Paulo, Estado de S. Paulo e O Globo.
Exemplos. A Folha de S. Paulo mostra em seu site ter distribuição nacional e que sua circulação é de 365.224 exemplares aos domingos e de 302.298 nos dias úteis. O Estado de S. Paulo informa ter 1.142.000 leitores, ser o "líder de circulação em São Paulo" e circular com 267.537 exemplares aos domingos e 200.614 nos dias úteis, escreve Venício de Lima.
Diante dos números, Venício já havia perguntado "qual a relevância dos jornalões" e reforça a tese de que não devemos atribuir a eles uma relevância que, se algum dia já tiveram, não têm mais.
sexta-feira, agosto 14, 2009
O quarto poder sucumbe lentamente
Postado por
Marcel

O quarto poder está ruindo, todos sabemos. Mas a velocidade está acelerada. A queda só não é mais rápida, pois aqueles que não conseguem substituir o jornal pela notícia no computador vão sustentando os jornalões. Em compensação, a internet voa em seu crescimento.
A sociedade civil começa a perceber que não precisa mais dos jornalões para ter acesso aos seus clientes. Não precisa de intermediário no processo de comunicação. Começa a perceber que a plataforma multimídia que a internet proporciona a qualquer pessoa de forma democrática é perfeitamente viável para essa manifestação. E, a consequência disso, é que a sociedade civil começa a enfrentar os desmandos e as peripécias factóidicas criadas pela imprensa.
Duas notícias publicadas nesta semana dão mostra disso:
Do Blog da Petrobras
Petrobras entra com representação criminal
13 de agosto de 2009 / 22:09
Os jornais “Correio Braziliense” e o “Estado de Minas”, periódicos pertencentes ao mesmo grupo, publicaram matérias nos dias 25 e 26 de junho divulgando dados de dirigentes da Companhia protegidos por sigilo fiscal. Autorizado pela Alta Administração da Petrobras, especialmente os Diretores cujos dados particulares foram divulgados, o Jurídico da empresa ingressou com representação criminal no Ministério Público do Distrito Federal.
A outra é o processo que o Movimento dos Sem Mídia abriu contra a mídia por conta do desserviço e pânico causado pelos jornalões. Para ver a matéria sobre o assunto clique aqui.
Quanto tempo será que a mídia tradicional ainda irá aguentar? Para chegar ao futuro, uma coisa é certa: a mídia terá que ceder a tamanha pressão popular. Terá que dividir esse poder e ser mais livre e democrática. Efetivamente e não só no discurso. Ou irá sucumbir.
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