sexta-feira, maio 29, 2009

Apresentação de trabalho na Red Pop - Unesco


Participei nesta última quinta-feira de uma mesa redonda sobre o Jornalismo Científico da Rede de Popularização da Ciência na América Latina e Caribe, da Unesco, evento este que terminou no último dia 25 em Montevideo, Uruguai. A discussão é velha, mas salutar: como aproximar jornalistas e cientistas para que o conhecimento do cientista seja dividido com a população que é quem paga os impostos e acaba financiando as pesquisas desenvolvidas pelo acadêmico.
Digo que é salutar, uma vez que um resultado solucionador ao problema ainda não foi encontrado, mas algumas propostas estão em andamento. Uma interessante é a do Laboratório de Estudos Avançados em Jornalismo (Labjor) da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) desenvolve. A cada ano e meio o Labjor oferece gratuitamente um curso de especialização em jornalismo científico a jornalistas e cientistas. Metade do grupo de jornalistas e outra metade cientistas. Ali, as várias discussões evidenciam o problema existente no dia a dia.
A reunião da Red Pop serviu para lembrar que este problema existe e para tentar avançar no diagnóstico e solução do problema.

quarta-feira, abril 29, 2009

O Leão e o bando de hienas

Nessa hora de acertar as contas com o Leão, é que nós vemos onde estamos e com quem estamos. A sociedade reclama diuturnamente da qualidade dos nossos parlamentares brasileiros. É "ladrão" pra lá, corrupto pra cá, mensaleiro de um lado, vagabundo de outro. Ninguém consegue ver que os caras foram eleitos democraticamente. Ou seja, o processo que os levou até lá é legal. Se eles estão lá é por que alguém os colocou lá. E como o nome bem diz, eles são REPRESENTANTES de uma classe que os elegeu. Se eles são bandidos é porque um grupo de bandidos aqui na sociedade deu todos os votos necessários para eleger o seu representante e assim por diante.
Sempre que digo isso, as pessoas se revoltam, não se veem como ladrões, inescrupulosos, etc etc assim como seus representantes parlamentares. Mas, agora, no momento da declaração de imposto de renda, é possível ver quem é quem.
O que é mais incrível é que as pessoas falam abertamente que estão fazendo maracutaias para receber dinheiro devido. Que estão sonegando, tramando. Ou seja, estão driblando o Governo para não ter que pagar imposto.
Sonegando um dinheiro que seria usado para melhorar o sistema de saúde, educação, distribuição de renda etc e também para ser desviado (não sou inocente de achar que não).
Mas as pessoas se vangloriam de estar sonegando. E isso é crime. Como digo, ladrão é aquele que rouba R$ 1 ou R$ 1 milhão. Mas ladrões são só os políticos. Aqui embaixo não existem ladrões, só gente "esperta". Pode até ser esperto, mas é também hipócrita. Até quando?

sábado, abril 04, 2009

Justiça da Colômbia dá sentença favorável a revista que se negava a publicar terceira correção

Por Knight Center for Journalism

A corte decidiu em última instância que a correção feita pela revista colombiana Semana, sobre uma reportagem que mostrava suposta influência de um cidadão privado no sistema judicial do país, foi suficiente e seguiu a Constituição, informa a própria publicação. A ordem de prisão por desacato contra o editor-chefe da revista, Alejandro Santos, foi retirada.

A revista levava uma briga jurídica com o magistrado Alfredo Escobar Araújo, que exigia que houvesse uma correção na primeira página. Recentemente, um juíz ordenou a prisão de três dias de Santos pelo desacato da terceira retificação, ordenada pela justiça em duas instâncias, explica o El Tiempo.

No entanto, a Corte Constitucional considerou cumpridas as correções já publicadas pela revista e ratificou que sentenças que obrigam meios de comunicação a corrigir informações não podem determinar sua data, diagramação, nem publicação.

Comentário - A Justiça de um país muda muito para a de outro. A minha impressão é que a internet e os novos meios de comunicação, proporcionados pela World Wide Web, acabaram jogando por terra o título de quarto poder da mídia tradicional e anciã. Agora, os tribunais menores passam a notar essa "queda" e não temem mais em julgar a mídia como uma qualquer, sob uma ótica legal posta a todo cidadão comum. Esse movimento ainda não chegou aos tribunais superiores, ainda muito ligados às questões políticas.

Caso queira ver a matéria, clique aqui

sexta-feira, abril 03, 2009

Pra rir um pouco

Essa é pra rir um pouco. Muito legal o trampo que estão fazendo neste site. Apesar de não curtir muito esses desrespeitos com as desgraças alheias, reconheço que o trabalho do site está muito legal e divertido. Clique aqui e veja.

quinta-feira, março 26, 2009

Pensando... pensando....

Estou meio sumido porque estou elaborando uma argumentação em cima de um material jornalístico que está sendo publicado. O tema é um tanto complicado e, consequentemente, a argumentação também. Mas é uma abordagem necessária para mostrar como nosso jornalismo é frágil, despreparado.
Espero que valha a pena.

sábado, março 21, 2009

Dissecando a escandalização

Do blog do Nassif

Mais uma condenação da revista Veja, agora na Vara de Pinheiro – ação de 2002.
Chamo a atenção para a sentença do Juiz Pedro Paulo Maillet Preuss – que cai como uma luva para as matérias da Veja em relação a Protógenes, De Sanctis e outros que ousaram enfrentar Daniel Dantas.

É um belíssimo diagnóstico dos métodos de manipulação jornalístico.

Diz a sentença:

1.Se a mídia quer substituir o Judiciário no ato de investigar e julgar, tem que seguir os procedimentos do Judiciário. “(…) se busca a imprensa investigar e julgar, arroga para si atribuições do estado, o qual realiza tais tarefas com base em princípios específicos e com atenção principalmente ao direito”.

2.Entre esses procedimentos, o de alertar o entrevistado de que a matéria será de denúncia, para que ele possa se defender e estabelecer o contraditório.

3.A matéria escondeu informações fundamentais, para poder criminalizar a atuação da vítima. Era sobre um método alternativo de medicina. Os manuais diziam que não substituiria a alopatia. A matéria escondeu essa informação. Depois afirmou que todo método que se propõe a substituir a alopatia é de charlatões. “E nem se diga que a ré não foi chamada de charlatã. O contexto da reportagem dá a entender que todos que ali estão não são dignos de crédito.Trata-se de generalização perigosa. Ainda mais quando se associa a atividade da autora com “bizarrices de embrulhar o estômago, como a urinoterapia”, Só desta afirmação maldosa já emerge o dever de indenizar”.

4.Uma das táticas mais maliciosas consiste em substituir mentiras por omissões: “Ao que parece, não há na reportagem mentiras explícitas sobre a autora, ou sobre a terapia que ela desenvolve. Longe aqui de querer julgar o mérito de tais atividades, de cunho aparentemente “medicinal”, certo é que, se mentiras não houve, ao menos omissões constam da reportagem.

Comentário - Esse é um problema que afeta todo e qualquer veículo de imprensa, inclusive os de Sorocaba. Diante do desconhecimento do método da Justiça trabalhar, a imprensa apura a seu modo (quase sempre sem direito ao contraditório) e acaba causando prejuízos ao "denunciado". Por motivos óbvios, quando a questão chega na Justiça, a imprensa se ferra de verde-amarelo. E daí faz ilações de que a Justiça atende a interesses desse ou daquele. Com sua visão míope, a imprensa não consegue ver que seu método de apuração é que é errado, pitoresco e que induz a sociedade a erro de julgamento.

sexta-feira, março 20, 2009

O custo do não preparo


O Laboratório de Estudos Avançados em Jornalismo (Labjor) da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) vem fazendo a transcrição de todas as entrevistas realizadas pelo Programa Roda Viva, da TV Cultura. O Roda Viva é um dos mais antigos e, ainda hoje, um dos principais programas de entrevista jornalística da TV brasileira.
Os que se interessarem, basta clicar aqui

Sou um fã do Roda Viva. Faz um tempo que não consigo assistir devido ao meu horário de trabalho, mas um programa que achei o top dos tops foi o com o historiador Luis Mir.
Entrevistado sobre o seu então recém-lançado livro 'Guerra Civil' - já comentado aqui no blog (veja aqui) - Luis Mir deu um banho nos entrevistadores.
A cada resposta um se calava. Organizador de um arsenal de informações de várias áreas e diversas fontes, Mir simplesmente arrasou.

Na minha humilde opinião, esse programa mostrou como o jornalista vai para a entrevista sem preparo. O incrível é que jornalistas 'renomados' como Renato Lombardi e Nely Caxeta se apoiaram em senso-comuns para entrevistá-lo. O que se viu, não poderia ser diferente: um massacre, sem qualquer trocadilho ao livro de Mir.
O que eu vi, foi um Renato Lombardi olhando só para seu próprio umbigo e querendo contar quem ele entrevistou na favela para tentar combater os dados históricos levantados pelo entrevistado. Por sua vez, Nely Caxeta se comportou e questionou com argumentos usados por dondocas da alta classe burra (e não a inteligente).

Mir foi derrubando um a um. Vale a pena ler ou assistir esse Roda Viva. É uma aula de Brasil. Destaco também o debate inteligente travado entre Luis Mir e sociólogo Sérgio Adorno e o jornalista Gilberto Nascimento, que se diferenciaram e mostraram como se faz um bom debate e uma discussão de qualidade.

sexta-feira, março 13, 2009

É assim e pronto


Alguns me assustam no jornalismo. São aqueles que têm uma visão única. O mundo não gira em torno deles, até porque eles são o mundo. São os jornalistas das teorias de conspiração. Tudo e todos estão conspirando, menos ele.

Não existe boa vontade, só interesse. Não existe ajuda, só beneficiamento. São jornalistas que têm a visão deturpada por um simples fato: são jornalistas e estão se beneficiando do poder da imprensa. É o abuso de poder da imprensa. E qualquer cidadão de bem que vá contra esse abuso estará atentando contra a linda, maravilhosa e estonteante liberdade de imprensa. Já virou chavão.

O mais maluco dessa história toda é que eles são os mais hipócritas. Sob a égide da moral e dos bons costumes, eles julgam conforme regras que eles sequer cumprem. Aliás, por vezes, usam dos mesmos métodos moralmente ilegais para acusar o outro. É o famoso seis falando do meia dúzia.

Não acredito nesse tipo, tem vida curta.